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Prisão de Bolsonaro? Entenda caso das joias e o que pode acontecer

Do UOL, em São Paulo

11/08/2023 15h30Atualizada em 11/08/2023 15h36

Durante entrevista ao UOL News nesta sexta-feira (11), o jurista Miguel Reale Jr. afirmou que há elementos suficientes para a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias. Para Reale Jr., Bolsonaro demonstrou habilidade em distorcer provas.

Alguns elementos de prisão preventiva emergem da justificativa de evitar a interferência de indivíduos poderosos, como no presente caso, que possa prejudicar a obtenção de provas. A recompra do relógio, que caracteriza obstrução de provas, sem dúvida, seria motivo para uma prisão preventiva

O jurista relembrou que Bolsonaro mesmo admitindo que o relógio não foi apropriado, após o objeto ter sido recomprado para ser apresentado ao TCU conforme a investigação da PF. Entretanto, Reale Jr. argumentou que seria mais apropriado que um possível pedido de prisão preventiva fosse baseado em eventos futuros.

"Eu gostaria que a prisão preventiva estivesse ancorada em relação a possíveis novos eventos de distorção de provas, evitando assim uma prisão preventiva por ações passadas. No entanto, acredito que o que ocorreu com o relógio demonstra a capacidade de Bolsonaro em interferir nas investigações para distorcê-las", finalizou.

Depoimento de Bolsonaro

Miguel Reale Jr. também enfatizou que as novas investigações conduzidas pela Polícia Federal conferem maior relevância a um possível novo depoimento de Jair Bolsonaro, já que a investigação agora conta com novas evidências.

Bolsonaro já foi convocado para prestar depoimento sobre as joias, mas agora os fatos se acumulam. Estes recentes acontecimentos, que envolvem um general de grande respeitabilidade, mas que prestou auxílio a seu filho, junto com membros de sua segurança pessoal e seu advogado, formam um conjunto de elementos. Agora, é mais significativo convocar Bolsonaro para depor

O jurista também destacou a importância de seguir o rastro do dinheiro na investigação.

"Onde foi parar o dinheiro proveniente da venda do relógio nos EUA? Como o advogado obteve esse dinheiro para readquirir o relógio e reapresentá-lo, considerando que a apresentação era obrigatória? Portanto, toda a encenação montada em torno da apresentação do relógio demonstra a intensidade da intenção deliberada, da vontade de apropriação e da obstrução do peculato", concluiu.

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