Reflexo de pai de Cid aparece em foto de objeto de luxo dado a Bolsonaro

O rosto do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Mauro Barbosa Cid, foi identificado pela Polícia Federal no reflexo de uma foto usada para negociar esculturas recebidas como presente oficial. Pai e filho, o advogado Frederik Wassef e outro assessor de Bolsonaro foram alvos de operação sobre o caso hoje.

O que aconteceu

As fotos foram usadas para negociar, nos Estados Unidos, os presentes dados a Bolsonaro por autoridades estrangeiras. Elas estão no despacho do ministro do STF Alexandre de Moraes, responsável por autorizar a ação de hoje.

Segundo a PF, as esculturas foram transportadas aos EUA no avião presidencial que levou Bolsonaro ao país, às vésperas do fim de seu mandato. Com as peças em solo americano, Cid pediu ao pai, que morava em Miami, que fosse às lojas de joias para tentar vender as peças — de acordo com mensagens obtidas pela PF no celular do tenente-coronel .

Cid pediu ao pai para "não esquecer de tirar fotos" e "ver se tem algum documento junto com as peças". Lourena Cid responde ao filho que já havia tirado as fotos e que não havia documentos.

Ele envia uma sequência de imagens de dois objetos que seriam uma árvore e um barco dourados. "Em uma das fotos encaminhada pelo general Lourena Cid, é possível ver o reflexo de seu rosto na caixa", diz trecho de relatório da PF.

A escultura de palmeira foi recebida por Bolsonaro em novembro de 2021, no Bahrein. A PF diz não ter conseguido identificar a origem da escultura de barco.

Depois de tentativas frustradas de vender as peças, Cid desabafou com Marcelo Câmara, outro assessor de Bolsonaro: "Aquelas duas peças que eu trouxe do Brasil, aquele navio e aquela árvore, elas não são de ouro. Elas têm partes de ouro, mas não são todas de ouro (...) Então eu não estou conseguindo vender".

Em 1º de março, em outra conversa com Marcelo Câmara, Cid explicou por que Bolsonaro não quis ficar com as duas esculturas: "Ele não pegou porque não valia nada". Na mesma conversa, Cid disse que pediria a seu pai para repatriar as esculturas de volta ao Brasil junto com a mudança.

Lourena Cid é general da reserva e foi colega de Bolsonaro na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras). Ele dirigiu o Departamento de Educação e Cultura do Exército e foi chefe da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em Miami durante o governo do ex-presidente.

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Procurada, a defesa do tenente-coronel Mauro Cid e do seu pai não se manifestou sobre o caso.

O que diz a PF?

O terceiro conjunto formado por uma escultura de um barco dourado e uma escultura de uma palmeira dourada foi encaminhado para diversas lojas especializadas nos Estados Unidos para avaliação e tentativa de venda, no entanto, por não ter o valor monetário esperado pelos investigados, tornou-se frustrada as tentativas de alienação, ficando os bens sob guarda de MAURO CESAR LOURENA CID.

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