Fachin autoriza hacker ligado a Zambelli a ficar em silêncio na CPI
O ministro do STF Edson Fachin autorizou o hacker Walter Delgatti Neto a ficar em silêncio no depoimento à CPMI dos atos de 8 de janeiro, marcado para ocorrer nesta quinta (17).
O que aconteceu
Fachin concedeu um salvo-conduto a Delgatti. O ministro atendeu a um pedido de habeas corpus da defesa do hacker, investigado por pagamentos da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), aliada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Delgatti é esperado para depor a partir das 9h, no Senado. Ele foi alvo de seis pedidos de convocação, que partiram de deputados governistas e da relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).
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O hacker foi preso pela última vez no dia 2 de agosto, pela Polícia Federal. Os congressistas querem questioná-lo sobre a tentativa de invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para falsificar alvarás de soltura e um pedido de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Antes de se envolver nesse caso, Delgatti ficou conhecido como o 'hacker da Vaza Jato'. Ele foi identificado pela PF e confessou ter invadido celulares de autoridades e entregue conversas de investigadores da Lava Jato para o site The Intercept Brasil.
Advogado diz que hacker deu "novas provas"
O advogado Ariovaldo Moreira, que defende Delgatti, disse que o hacker apresentou "novas provas" de que recebeu pagamentos de Zambelli. Segundo Moreira, o hacker confirmou a versão dada à PF no mês passado e deu mais informações à investigação;
Segundo Moreira, o hacker afirma ter recebido, ao todo, R$ 40 mil de Zambelli. Foram cerca de R$ 14 mil em depósitos bancários e o restante em espécie", segundo o defensor.
Delgatti já admitiu que ele foi o autor da invasão ao CNJ e do falso mandado de prisão contra Moraes. Segundo a versão do hacker, invasão seria uma espécie de prêmio de consolação para a deputada, que queria que ele invadisse as urnas eletrônicas e as contas do ministro do Supremo.
Zambelli nega qualquer envolvimento no crime. Até o momento, não há data para que deponha à PF.
A defesa da deputada Carla Zambelli reitera que somente se manifestará após integral conhecimento do conteúdo dos autos, o que ainda não aconteceu, inclusive de referido depoimento, porém reforça e rechaça qualquer acusação de prática de conduta ilícita e imoral pela parlamentar, inclusive, negando qualquer tipo de pagamento ao mencionado hacker.
Daniel Bialski, advogado de Zambelli