Advogado diz que Delgatti deu 'novas provas' à PF sobre caso Zambelli

O advogado Ariovaldo Moreira, que defende Walter Delgatti Neto, disse que o hacker reafirmou à Polícia Federal a versão que apresentou em depoimento no mês passado, mas apresentou "novas provas" de que recebeu pagamentos da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

O que aconteceu?

Ele está preso sob a acusação de participar de um ataque contra o sistema do Conselho Nacional de Justiça para emitir um falso pedido de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Ele confirmou a versão dada no mês passado e, além de confirmar, ele produziu mais provas no sentido de que ele está falando a verdade.
Ariovaldo Moreira, advogado de Delgatti

Delgatti chegou às 13h10 na sede da Polícia Federal em Brasília e finalizou o depoimento por volta das 17h.

O advogado afirmou que não há acordo, por enquanto, de delação premiada com a PF.

À imprensa, seu advogado não detalhou o possível envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo Moreira, o hacker afirma ter recebido, ao todo, R$ 40 mil de Zambelli em pagamentos pelos serviços de hacker. "Ele faz prova de que recebeu valores da deputada", afirmou o advogado. "Segundo Walter, o valor total chega próximo a R$ 40 mil. Foi próximo a R$ 14 mil em depósitos bancários e o restante em espécie", disse.

Delgatti já admitiu que ele foi o autor da invasão ao CNJ e do falso mandado de prisão contra Moraes a pedido de Carla Zambelli. A invasão seria uma espécie de prêmio de consolação para a deputada, que queria, na verdade, que ele hackeasse as urnas eletrônicas e as contas de Moraes.

Zambelli nega qualquer envolvimento no crime e ainda não há data para que deponha à PF.

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A defesa da deputada Carla Zambelli reitera que somente se manifestará após integral conhecimento do conteúdo dos autos, o que ainda não aconteceu, inclusive de referido depoimento, porém reforça e rechaça qualquer acusação de prática de conduta ilícita e imoral pela parlamentar, inclusive, negando qualquer tipo de pagamento ao mencionado hacker.
Daniel Bialski, advogado de Zambelli

Amanhã, Delgatti prestará depoimento à CPI do 8 de Janeiro, em Brasília. Não há decisão se ele ficará em silêncio ou responderá aos parlamentares, segundo seu advogado.

Mandado de prisão falso contra Moraes

Segundo a PF, Delgatti e Zambelli conseguiram invadir os sistemas do CNJ e BNMP (Banco Nacional de Mandados de Prisão) usando credenciais falsas obtidas de forma ilícita entre 4 e 6 de janeiro de 2023.

Foi inserido um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes que dizia: "Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L".

Também foram inseridos 11 alvarás de soltura de presos por motivos diversos nos sistemas do CNJ e de outros tribunais do Brasil.

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Operação contra Delgatti e Zambelli

A investigação da PF quer descobrir se a deputada pagou ou não R$ 3.000 ao hacker Walter Delgatti para que ele produzisse o mandado de prisão falso contra Moraes. A deputada nega envolvimento no caso.

Eu pagaria R$ 3 mil pra me arriscar dessa forma, para fazer uma brincadeira de mau gosto? Eu sei o que é certo ou errado e não participaria de uma brincadeira de mau gosto com Alexandre de Moraes.
Carla Zambelli, à imprensa, no dia da prisão do hacker

Os pagamentos foram relacionados a fazer firewall e ligar minhas redes ao site, e [Delgatti] disse que não conseguiu realizar essa tarefa.
Carla Zambelli, na mesma entrevista

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