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Advogado que deixou caso de Michelle trabalhou com Cuca, Cabral e Zambelli

Daniel Bialski, advogado criminalista Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

22/08/2023 14h04Atualizada em 22/08/2023 14h04

O advogado Daniel Bialski, que deixou hoje a defesa de ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no caso das joias sauditas, já trabalhou com outros nomes famosos, e não só da política.

A saída foi confirmada pela equipe do criminalista em nota e ocorre uma semana após ele assumir o caso.

Clientes na política

Biakski é um criminalista estabelecido em São Paulo que, nos últimos anos, se notabilizou na defesa de alvos de processos polêmicos.

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Ele defendeu o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB), que chegou a ficar mais de seis anos preso. Ele foi detido em 2016, sob suspeita de comandar uma organização criminosa que fraudava licitações e cobrava propina de empreiteiras.

Antes da ex-primeira-dama, ele representou outros bolsonaristas, como a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

Clientes famosos no esporte

Bialski já trabalhou com profissionais do esporte, como o técnico Cuca. A parceria foi anunciada em abril.

À época, o advogado afirmou que o treinador, que chegava ao Corinthians, e sua família estavam sendo alvos de stalking (perseguição constante) e ofensas nas redes sociais, devido à repercussão da condenação por estupro na Suíça — o episódio ocorreu em 1987, quando ele era jogador.

Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, também já foi representado pelo advogado.

Ele também foi contratado para defender Rafael Ramos, lateral-direito do Corinthians, acusado de injúria racial por Edenilson em jogo com o Internacional em 2022.

Bialski já fez parte da Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo do Corinthians.

O que aconteceu:

Em entrevista ao UOL News nesta manhã, Bialski havia afirmado que ainda iria esta semana para Brasília conversar com Michelle, que ele havia assumido o caso há apenas uma semana.

Bialski havia descartado qualquer divergência entre a ex-primeira-dama e o restante da família Bolsonaro, que conta com uma equipe própria de advogados, durante sua entrevista ao UOL News nesta terça-feira.

"Não tem qualquer possibilidade de conflito [entre as defesas]. Só haveria se eles tivessem algum tipo de briga e ambos deixassem de formar um casal. Aí, sim, se poderia falar em algum tipo de conflito na defesa", disse ao UOL News.

Já nesta tarde, Daniel Bialski afirmou que os advogados que atualmente representam Bolsonaro irão assumir "daqui por diante" a defesa de Michelle, segundo nota divulgada à imprensa.

O UOL apurou que a saída de Bialski foi uma decisão pessoal tomada pelo casal Bolsonaro, e que o ex-presidente gostaria de ter a sua defesa unificada com a da ex-primeira-dama.

Isso porque, separadas, as defesas poderiam adotar caminhos divergentes na investigação — diferentemente de Bolsonaro, Michelle ainda segue elegível e eventual condenação poderia impactar os planos políticos da ex-primeira-dama.

Fontes próximas a Bolsonaro veem que a unificação vai ser positiva e que "faz sentido" Michelle ser defendida pela mesma equipe do ex-presidente.

Leia nota do advogado

Informo que de comum acordo com os interesses da ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, deixarei de patrocinar sua defesa no Inquérito nº 4.874/DF (Pet.11645), justamente porque os advogados que atualmente representam o Ex-Presidente Jair Bolsonaro poderão e a representarão habilmente, daqui por diante, neste caso.
Daniel Bialski, em nota

Defesa rápida

Bialski ficou apenas oito dias como defensor de Michelle. Na segunda-feira passada (14), Michelle Bolsonaro havia confirmado a contratação do advogado criminalista para defendê-la na investigação das joias.

O advogado ainda defende o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro no caso envolvendo suspeitas de desvios por meio da atuação de pastores-lobistas no Ministério da Educação, segundo o colunista do UOL Aguirre Talento.

O advogado representa, também, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) nas investigações sobre o envolvimento dela com o hacker Walter Delgatti Neto, o qual afirmou que foi levado pela parlamentar até o ex-presidente Bolsonaro. O mandatário teria solicitado que ele comprovasse uma "fraude" nas urnas eletrônicas.

Ontem, Daniel Bialski havia sido questionado se haveria um conflito entre os casos, já que Delgatti envolveu o ex-presidente Bolsonaro, esposo de Michelle, na suposta ação contra o processo eleitoral. Ele afirmou à GloboNews que avaliaria a situação "durante a semana".

Se, em algum momento, eu identificar que possa ter algum conflito em exercer a defesa da deputada e da primeira dama, obviamente que eu deixo de advogar para uma ou para outra, para que elas não tenham prejuízo no exercício da ampla defesa, de todos os direito que elas têm correspondentes. E isso é uma coisa que eu vou avaliar ainda durante a semana. Quero ver a outra investigação, mas obviamente que, se eu vier a deixar a defesa [de Michelle] pode ser que seja por conta disso, mas nesse momento não vejo qualquer tipo de conflito. São investigações diferentes, que no se cruzam, e os elementos em relação as duas --~pelo menos o que eu tenho visto-- na minha avaliação, são absolutamente precários.
Daniel Bialski, em entrevista à GloboNews

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