Envio de R$ 72 mil a Cid foi por venda de carro, diz sargento à CPI do 8/1
Apontado como autor de movimentações financeiras atípicas com o tenente-coronel Mauro Cid, atualmente preso, o sargento Luis Marcos dos Reis declarou que o envio de R$ 72,7 mil é fruto da venda de um carro. Os dois trabalhavam na Ajudância de Ordens da Presidência durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Principais remetentes/depositantes identificados: Luis Marcos dos Reis - (segundo-sargento EXÉRCITO - militar em geral) - 2 lançamento(s) no total de: R$ 70.410,00.
Trecho de relatório do Coaf enviado à CPI do 8/1
O que aconteceu
O nome do sargento Dos Reis é o que mais aparece na lista de transações financeiras com o Mauro Cid. A maior soma é um depósito em favor do tenente-coronel no valor de R$ 72,7 mil. Ambos trabalharam juntos até agosto do ano passado.
O sargento afirmou que vendeu um Toyota Yaris que pertencia a Mauro Cid. Os dois trataram da transferência do dinheiro durante uma ligação telefônica.
Outra operação bancária vultuosa envolveu R$ 11,7 mil. Mais uma vez a explicação de Dos Reis tem relação com o carro de Mauro Cid.
O sargento declarou que a mulher do tenente-coronel passou por cima de buraco na estrada durante uma viagem entre Brasília e Goiânia. Como tinha reunião com o comandante do Exército, Mauro Cid pediu para o amigo levar o Yaris na oficina para o conserto.
O mecânico teria cobrado R$ 11,7 mil pela troca dos quatro pneus, alinhamento e balanceamento. De acordo com sargento, a despesa foi paga com seu cartão e Mauro Cid fez a transferência mais tarde.
As respostas do Dos Reis mostram uma relação tão próxima que permitia ao tenente-coronel usar a conta do sargento.
Despesas de Michelle
O UOL revelou que uma empresa com contratos públicos durante a gestão Bolsonaro fez uma série de transferências ao sargento, de acordo com investigações da PF.
Outro relatório do Coaf trata das transações desta empresa e verificou que ela fez depósitos de R$ 8,3 mil em favor de Dos Reis.
O sargento sacaria o dinheiro e pagaria despesas de um cartão de crédito usado por Michelle Bolsonaro. Também foram identificados 12 depósitos na conta de uma tia da então primeira-dama.