CPI pede indiciamento de Bolsonaro por 4 crimes; penas chegam a 29 anos
Do UOL, em São Paulo e em Brasília
17/10/2023 11h03Atualizada em 17/10/2023 14h07
O relatório final da CPI do 8 de Janeiro pediu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por quatro crimes. Caso a comissão aprove o documento e a Procuradoria-Geral da República aceite a denúncia, as penas podem chegar a 29 anos de prisão.
O que aconteceu
Relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) aponta Bolsonaro como mentor intelectual dos atos golpistas em Brasília. Ela pede que ele seja indiciado por:
- associação criminosa: 1 a 3 anos de reclusão
- violência política: 3 a 6 anos
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito: 4 a 8 anos
- golpe de Estado: 4 a 12 anos
Somadas, as penas podem chegar a até 29 anos de prisão. O relatório da senadora ainda será votado pela comissão e só depois analisado pela PGR. Como o presidente Lula (PT) ainda não indicou um nome para substituir Augusto Aras, Elizeta Ramos comanda o órgão interinamente.
O UOL entrou em contato com a defesa do ex-presidente. Caso haja manifestação, o texto será atualizado.
O objetivo era um só: invadir ou deixar invadir as sedes dos Poderes, desestabilizar o governo, incendiar o país, provocar o caos e a desorganização política —e até mesmo, se necessário, uma guerra civil.
O golpe deve fazer uso controlado da violência. É preciso, sobretudo, que o golpe não pareça golpe. Por isso é importante atacar as instituições, descredibilizar o processo eleitoral, legitimar preventivamente a tomada do poder. É preciso tentar a destruição da democracia 'tijolo a tijolo', para que ninguém consiga perceber a erosão gradual.
Trechos do relatório da CPI feito por Eliziane Gama (PSD-MA)
Relatório pede indiciamento de mais de 60 pessoas. Veja a lista com os principais nomes:
- Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente;
- Walter Souza Braga Netto, general do Exército, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa;
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira, general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro;
- Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, general e ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro;
- Almir Garnier Santos, almirante e ex-comandante da Marinha;
- Marco Antonio Freire Gomes, general e ex-comandante do Exército;
- Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel ex-ajudante de ordens e principal assessor de Bolsonaro;
- Luis Marcos dos Reis, sargento ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Ailton Gonçalves Moraes Barros, major do Exército;
- Antonio Elcio Franco Filho, coronel ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde;
- Jean Lawand Junior, coronel do Exército;
- Anderson Gustavo Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e então secretário de Segurança Pública do DF;
- Marilia Ferreira de Alencar, ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF;
- Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal;
- Tercio Arnaud Tomaz, blogueiro;
- Fernando Nascimento Pessoa, blogueiro;
- José Matheus Sales Gomes, blogueiro;
- Alexandre Carlos de Souza e Silva, policial rodoviário federal;
- Marcelo de Avila, policial rodoviário federal;
- Mauricio Junot, empresário;
- Carla Zambelli, deputada federal;
- Marcelo Costa Camara, coronel ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Ridauto Lucio Fernandes, general do Exército;
- Meyer Nigri, empresário
- Amauri Feres Saad, advogado