CPI do 8/1: relatório paralelo da oposição pede indiciamento de Lula e Dino
O presidente Lula (PT) foi apontado como principal responsável pelas invasões de 8 de janeiro pelo relatório apresentado pela oposição na CPI dos atos golpistas. Parlamentares bolsonaristas confeccionaram o documento por divergirem das conclusões da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
O que aconteceu
Eles pedem o indiciamento pelos crimes de deterioração de patrimônio público, dano qualificado, prevaricação e abolição do estado democrático de direito. Veja a íntegra do relatório paralelo. O documento foi lido na tarde de hoje na sequência da apresentação do relatório oficial.
No entendimento da oposição, houve uma série de omissões por parte do governo. Lula seria o responsável final pelo cargo que ocupa. O presidente estava em Araraquara (SP) no momento das invasões.
Os bolsonaristas defendem que informações sobre riscos de vandalismo chegaram ao Planalto e nenhuma atitude foi tomada. O resultado seria a falta de segurança que permitiu invadir as sedes dos Três Poderes.
A tendência é o relatório da oposição ser derrotado, porque a CPI tem maioria governista.
Um dos argumentos para justificar que o governo sabia são mensagens enviadas então diretor da Abin, Saulo Moura da Cunha. Mesmo com os alertas, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) não reforçou a segurança.
Outro motivo apontado é o não emprego da Força Nacional, que tinha cerca de 240 homens na Esplanada dos Ministérios em 8 de janeiro.
O objetivo deste movimento seria desgastar Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. O ex-presidente é isento de qualquer participação com o ocorrido no relatório paralelo, sob a justificativa de que estava nos Estados Unidos.
A inclusão de Lula no relatório dividiu a oposição. A decisão saiu em reunião que começou uma hora antes da sessão da CPI desta terça e foi realizada no gabinete do senador Magno Malta (PL-ES).
Quem mais foi denunciado
Flávio Dino, ministro da Justiça;
General Gonçalves Dias, chefe do GSI no dia da invasão;
Saulo Moura Cunha, então diretor da Abin.
Coronel Klepter, comandante da Polícia Militar do Distrito Federal;
Tenente Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, ex-chefe interino do Departamento de Operações e que substituía o então comandante do departamento, o coronel Jorge Eduardo Naime
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Os parlamentares bolsonaristas reclamaram do não envio das imagens do Ministério da Justiça, requisitada pela comissão. Foram enviadas gravações de poucas câmeras que nada mostravam das invasões.
Também foi mencionado a ação dos governistas para não convocação do ministro Flávio Dino. No entender da oposição, ele agiu nos bastidores e foi o orquestrador do relatório oficial que pediu indiciamento de bolsonaristas.
Uma reclamação grande da oposição é a não individualização dos crimes que os invasores respondem. Eles justificam que não é correto aplicar a mesma punição a quem cometeu vandalismo e quem apenas entrou nas sedes dos três Poderes.
O relatório paralelo da oposição tem cerca de 400 páginas e dobra de tamanho com os anexos.
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