Militares não estão blindados de assédio de facções, diz presidente do STM
Do UOL, em São Paulo
22/11/2023 15h27Atualizada em 22/11/2023 15h33
O presidente do STM (Superior Tribunal Militar), brigadeiro Joseli Parente Camelo, disse, em entrevista à BBC Brasil publicada hoje (22), que os militares "não estão blindados" de assédio de facções criminosas.
O que aconteceu
A fala do militar é sobre a suspeita de participação de militares no furto de 21 armas do arsenal de guerra de Barueri (SP). "As Forças Armadas não estão blindadas contra esse assédio".
Durante a entrevista, Camelo também disse que é pequeno o número de militares envolvidos na invasão as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro deste ano. "Estamos vendo os militares trabalhando, cumprindo seu papel constitucional, voltando aos quartéis e afastados completamente da vida política".
O presidente do STM ainda descartou a possibilidade de revisão da Lei da Anistia, promulgada em 1979 para anistiar crimes cometidos por civis e militares durante a ditadura. "É uma fantasia imaginar que a Lei de Anistia vai ser revisada. Não existe mais essa possibilidade".
Armas furtadas
A suspeita é que 13 metralhadoras .50 e oito de calibre 7,62 foram furtadas do arsenal de guerra em Barueri no dia 7 de setembro, quando foram desativadas as câmeras de segurança.
O sumiço só foi notado mais de um mês depois, em 10 de outubro.
A Secretaria de Segurança do governo paulista informou que as armas foram encontradas quando "estavam sendo negociadas nas duas principais facções do crime organizado do país", o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio.
O comando do Exército trocou o diretor do arsenal de guerra de São Paulo, o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista. A mudança foi publicada no Diário Oficial da União. Para o posto, foi nomeado o coronel Mário Victor Vargas Júnior.
Três militares são suspeitos de envolvimento no crime. Caso seja comprovada a participação, eles serão processados por furto e associação à organização criminosa e deverão responder também a processo administrativo, cuja punição é a expulsão do Exército.
Foram recuperadas 19 das 21 metralhadoras roubadas.