Conteúdo publicado há 11 meses

Mãe de aluna denuncia racismo e alega ser vítima de abuso por PM em escola

A mãe de uma aluna vítima de racismo no CEP (Colégio Estadual do Paraná) de Curitiba alegou sofrer abuso de autoridade pelo pai do aluno suspeito dos atos racistas, que é policial militar.

O que se sabe

O caso ocorreu ontem, durante uma reunião pedagógica no CEP. A reunião tinha por objetivo abordar um caso de racismo envolvendo dois estudantes da instituição, segundo a Seed (Secretaria Estadual de Educação).

Os responsáveis pelos alunos foram convocados pela escola para resolver a questão. Mas durante a reunião, o pai do estudante suspeito de racismo, que é sargento da PM (Polícia Militar), deu voz de prisão à mãe da aluna que denunciou seu filho.

O caso foi trazido a público na madrugada de hoje pelo advogado antirracista Valnei França Fils. Ele foi alertado pelas professoras da escola, que testemunharam o abuso do sargento, para acompanhar o caso.

O sargento está fardado e intimidando a mãe da aluna vítima de racismo em vídeo publicado por Fils nas redes sociais. Ele ameaça prendê-la, enquanto ela diz que não cometeu nenhum crime e chora.

Uma das professoras diz ao policial que a patrulha escolar havia sido acionada e pede para que ele libere a mãe da aluna. Mas ele se nega e continua a fazer ameaças. "Você quer ser algemada?", ele pergunta.

Direção do colégio agiu imediatamente, diz secretaria

A Seed confirmou a informação, dizendo, em nota, que a direção do colégio agiu imediatamente, acionando o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária. Os envolvidos foram levados à delegacia.

"Vários servidores do colégio estadual estão na delegacia para prestar apoio à mãe e relatar na condição de testemunhas", escreveu o advogado no X, antigo Twitter. "E pior: foram os professores que chamaram a polícia por conta do abuso de autoridade, mas quem está fazendo o Boletim de Ocorrência é o policial. A mãe chamou a polícia porque sofreu abuso de autoridade e ainda terá que responder como se fosse a agressora", alertou.

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Segundo a PCPR (Polícia Civil do Paraná), ambos foram encaminhados pela Polícia Militar à Central de Flagrantes. Eles foram ouvidos e assinaram um termo circunstanciado. "O procedimento será encaminhado ao 1° Distrito da PCPR, em Curitiba, para a realização de diligências complementares a fim de esclarecer os fatos", informou o órgão, em nota.

Já a Seed informou que a mãe da estudante registrou um BO (Boletim de Ocorrência) por abuso de autoridade e o sargento, por sua vez, registrou um BO por desacato à autoridade.

"A direção está oferecendo apoio às vítimas tanto de racismo quanto de abuso de autoridade. O caso segue sob investigação da Polícia Civil", informou a Secretaria, em nota, sem detalhar as circunstâncias em que ocorreram as denúncias de racismo por parte do aluno, filho do sargento.

A Polícia Militar do Paraná abriu procedimento administrativo para apurar as circunstâncias da ocorrência, segundo a Secretaria da Segurança Pública do Paraná.

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