Após Datafolha, Barroso diz que valor do STF não se mede por pesquisa
Colaboração para o UOL, em São Paulo
11/12/2023 09h57Atualizada em 11/12/2023 09h57
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, afirmou que o valor da Corte não pode ser medido por uma pesquisa, após levantamento do instituto Datafolha mostrar que a maioria da população reprova a atuação do Supremo.
O que aconteceu
"Valor de um tribunal não pode ser aferido em pesquisa de opinião", afirmou Barroso em entrevista à CNN Brasil.
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O ministro destacou que o Supremo trata de "questões que dividem a sociedade", tópicos aos "quais existem desacordos morais razoáveis", o que explicaria a alta reprovação da Corte.
Barroso também reiterou que o STF desagrada "grupos poderosos" da sociedade ao resguardar e interpretar a Constituição
Sejam grupos econômicos, seja o governo, sejam ambientalistas, sejam agricultores ou sejam indígenas. O arranjo constitucional brasileiro faz com que cheguem ao judiciário as questões mais divisivas da sociedade brasileira. E nós precisamos decidi-las.
— Luís Roberto Barroso, presidente do STF
Datafolha aponta insatisfação com o STF
No sábado (9), o Instituto Datafolha apontou que 38% dos brasileiros reprovam a atuação do STF, e outros 27% aprovam o trabalho da Corte. 31% considera regular a atuação dos ministros.
Conforme o Datafolha, a percepção do Supremo na sociedade piorou em relação ao levantamento feito em dezembro de 2002, quando houve empate no índice de aprovação e de reprovação — à época, 31% aprovavam e o mesmo percentual reprovavam a Corte máxima do judiciário brasileiro.
O Datafolha também apontou que a parcela da população que mais reprova o STF é aquela que se identifica com o bolsonarismo — o Supremo é responsável pela investigação de inquéritos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Corte e os ministros também foram alvos de reiterados ataques do ex-mandatário.