PGR vê indício de autoria de crime e foi favorável à quebra de sigilos
Do UOL, em Brasília
18/01/2024 12h27Atualizada em 18/01/2024 12h27
A Procuradoria-Geral da República respaldou a investigação da Polícia Federal sobre o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) e foi favorável à quebra de sigilo de dados de todos os investigados.
O que aconteceu
A PF realizou uma operação de busca e apreensão nos endereços do parlamentar, que é líder da oposição ao governo Lula (PT) e suspeito de participar da organização de atos no 8 de janeiro. A busca teve aval do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Relacionadas
A PGR corroborou a decisão. Ao defender a quebra de sigilo, citou que o direito não é algo "inafastável" quando se trata da possibilidade de um cometimento de crime. A peça é assinada pelo subprocurador Carlos Frederico Santos.
O quadro fático-probatório indica a necessidade, a utilidade e a pertinência de que todos os representados sejam alvos do afastamento do sigilo telemático disponível no momento da diligência.
Carlos Frederico Santos, subprocurador-geral da República
A decisão validou o acesso total aos dados. Isso inclui qualquer nuvem de dados, arquivos de texto, imagens de computadores e celulares, aplicativos de celular, emails, assim como dados armazenados em qualquer dispositivo de memória.
Como já mencionado, os elementos de informação até o momento angariados indicam que os representados integraram ao menos o núcleo dos financiadores e instigadores dos delitos antidemocráticos.
Carlos Frederico Santos, subprocurador-geral da República
Relatório da PF enviado a Moraes aponta uma troca de mensagens entre Jordy e Carlos Victor de Carvalho, o CVC, em novembro de 2022. Na época, acampamentos golpistas começaram a ser montados, assim como bloqueio de rodovias contra o resultado das eleições.
De acordo com a PF, indícios apontam que a ligação entre CVC e Jordy "transpassa o vínculo político, vindo denotar-se que o parlamentar, além de orientar, tinha o poder de ordenar as movimentações antidemocráticas".
Jordy nega ter cometido crime e ter incitado qualquer ato golpista. Ele também criticou Moraes pelas redes sociais.