Caso Marielle é fruto do esgoto da política fluminense, diz Chico Alencar
Colaboração para o UOL, em São Paulo
23/01/2024 19h06Atualizada em 23/01/2024 19h10
Durante o UOL News desta terça (23), o deputado federal Chico Alencar (Psol-RJ) afirmou que o crime que matou a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes em março de 2018 é fruto do esgoto da política fluminense.
Alencar também disse que não haveria apenas um mandante, e levanta a hipótese de existir uma teia com vários culpados. Ronnie Lessa, apontado como assassino da vereadora, teve decisão de delação -- onde apontaria mandante do crime -- decidida a portas fechadas, segundo a colunista do UOL Carolina Brígido.
Não há um mandante só [para o crime], é uma teia que se estabelece e não tem uma razão específica. Isso tudo é fruto do esgoto da política fluminense que predomina aqui e ainda está embutida no poder público até hoje. É a política mafiosa, apodrecida, gangesterizada. Chico Alencar, deputado federal (Psol-RJ)
Quem matou Marielle foi um esquema mafioso de milicianização e gangesterização que predomina na polícia fluminense, o esgoto da política está ali. Chico Alencar, deputado federal (Psol-RJ)
O deputado diz que no seu estado não há o monopólio do uso da força pelo governo, mas sim pelas próprias milícias e traficantes.
O monopólio do uso da força pelo Estado no Rio de Janeiro não existe, é o monopólio do uso da força por milícias e grupos de traficantes que entram menos nos desvãos da política constitucional. Dá para dizer que o poder miliciano captura de maneira crescente as instituições públicas no RJ, não o tráfico armado. Chico Alencar, deputado federal (Psol-RJ)
As milícias são mais orgânicas porque elas vêm do próprio Estado e esse fenômeno vai se repetindo em outros estados e acaba podendo tomar conta da política nacional. A elucidação desse caso, com profundidade, afinal é absurdamente fundamental para combater essa metástase. Chico Alencar, deputado federal (Psol-RJ)
O parlamentar lembra ainda a atuação de Marcelo Freixo na CPI das Milícias no Rio quando era deputado estadual, em que no relatório final cita detalhes de esquemas ilícitos, inclusive com nomes de possíveis envolvidos.
Essa turma [de criminosos] fica muito raivosa. Pode-se, eu não estou na investigação nem sou da área, mas não descarto essa hipótese de ter sido um crime encomendado [...] não para derrotar uma potencial candidata que ia atrapalhar os planos de A, B ou C para ter vaga no parlamento, mas um crime no contexto de propriedade da terra, domínio de território e controle de currais eleitorais também. Chico Alencar, deputado federal (Psol-RJ)
Esse elemento pode existir, mas não é o único: por que que foi escolhida a Marielle, que outros elementos há por trás disso? Uma investigação séria vai abrir esse leque e apurar toda essa rede criminosa. Chico Alencar, deputado federal (Psol-RJ)
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