Dino não comenta delação, mas diz que caso Marielle 'jamais ficou parado'

O atual ministro da Justiça, Flávio Dino, disse hoje em entrevista sobre o período de transição para o sucessor, Ricardo Lewandowski, que o caso sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco "jamais ficou parado".

O que aconteceu

Ele não confirmou nem negou a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa. "É de atribuição exclusiva dos delegados que estão com essas investigações. A PF é uma das melhores polícias do mundo e reconhecida como tal", disse o ministro. Segundo a colunista Carolina Brígido, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) realizou duas sessões no fim de 2023 para decidir qual seria o foro indicado para tramitar as negociações em torno do acordo de delação premiada de Lessa.

Segundo ele, houve "uma colaboração mais estreita com o Ministério Público Estadual do Rio, e agora também com a participação do Ministério Público Federal". "Houve uma delação, já firmada e homologada. É natural que haja outros atos de investigação", continuou, citando o acordo feito com o ex-PM Elcio de Queiroz, outro acusado pela morte de Marielle.

Quem estará aqui para anunciar o resultado, se Deus quiser, não sei quando, mas vai ser meu sucessor. O que foi feito nesse período, sem dúvida, vão ser dados decisivos para o esclarecimento do caso. Não posso confirmar sobre o que eu não sei. Não tenho conhecimento. Não posso nem confirmar nem negar.
Dino, sobre homologação da delação de Ronnie Lessa

Dino disse que ficará a critério de Lewandowski o convite a pessoas para ministério. "Vai ser condução dele. Terça-feira será meu último dia. Quarta ele se instala e quinta toma posse. Aí eu mudo de editoria para o mundo legislativo", brincou Dino, que toma posse no dia 22 de fevereiro no STF e até lá fica em seu cargo como senador do Maranhão.

Ele disse ter apresentado toda a equipe atual, mas afirmou não ter feito nenhum pedido ou indicação de nome para a formação do novo ministério. "Ele tem toda a experiência para montar uma grande equipe. Eu, simbolicamente, até já dei o meu broche para ele", brincou novamente Dino.

Ele disse que a manutenção de Ricardo Cappelli no ministério "não foi um assunto tratado na reunião", já que Lewandowski tem total autonomia para montar seu ministério. "Tenho certeza de que ele em breve estará trabalhando em outro lugar. Que lugar? Só ele por enquanto sabe", afirmou, pouco antes de elogiar a atuação do subordinado.

Mais cedo, Lewandowski falou em "continuidade de ações" na primeira visita ao Ministério da Justiça. Ontem, eles estiveram reunidos num jantar.

Ainda deu ênfase ao trabalho na área de segurança pública, que, segundo ele, será a prioridade da pasta.

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Temos o desafio da segurança [pública]. A insegurança, melhor dizendo. A criminalidade, o crime organizado que afeta não apenas as classes mais abastadas, mas afeta também hoje o cidadão simples, o cidadão comum, o trabalhador. Haveremos de dar especial precedência a essa questão, que de certa maneira trava não apenas a convivência social pacífica, mas o próprio desenvolvimento harmônico do país.
Ricardo Lewandowski, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública

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