Conteúdo publicado há 10 meses

Viúva de Marielle diz que aguarda 'com esperança' suposta delação de Lessa

A vereadora Monica Benicio (PSOL-RJ), viúva de Marielle Franco, assassinada em 2018, afirmou nesta terça-feira (23) que aguarda "com esperança" uma possível delação que levaria ao mandante dos assassinatos da vereadora e do motorista Anderson Gomes.

O que aconteceu

Benicio disse que os familiares das vítimas foram informados pela imprensa sobre a suposta delação. "Aguardamos com esperança que a delação de Ronnie Lessa apresente de fato novos elementos probatórios que representem um avanço significativo na busca por justiça", escreveu.

A vereadora ponderou que vê o vazamento de informações com preocupação. "O Comitê Justiça por Marielle e Anderson vê com preocupação o vazamento de informações que possam comprometer a condução das investigações e os ritos processuais adequados".

As famílias reiteram seu apelo por responsabilidade na veiculação de informações sobre o caso, evitando usos de diversas ordens e finalidades. Não aceitaremos que o Caso Marielle e Anderson seja simplificado e interpretado apenas como objeto de disputas e interesses pessoais ou de grupos políticos.
Nota publicada por Monica Benicio

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que descobrir o mandante do crime é um dever do Estado brasileiro. Em uma publicação nas redes sociais, Anielle informou que sua família aguarda comunicados e resultados oficiais sobre as investigações dos assassinatos.

Recebi as últimas notícias relacionadas ao caso Marielle e Anderson e reafirmo o que dizemos desde que a tiraram de nós: não descansaremos enquanto não houver justiça.
Anielle Franco

A Polícia Federal nega a nova delação, sem citar o nome de Lessa. "Até o momento, ocorreu uma única delação na apuração do caso, devidamente homologada pelo Poder Judiciário", afirma, em referência à delação de Élcio Queiroz, que dirigia o carro usado no crime. "As investigações seguem em sigilo, sem data prevista para o seu encerramento", diz a nota divulgada pela PF.

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O assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completa seis anos no dia 14 de março. A Polícia Federal entrou nas investigações em 2023.

Queiroz apontou Ronnie Lessa como assassino. Em julho do ano passado, agentes da PF que participavam das investigações informaram que, na delação, Queiroz apontou o também ex-policial militar Ronnie Lessa como o autor dos assassinatos de Marielle e Anderson.

STJ definiu a portas fechadas foro da delação de Ronnie Lessa

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) realizou duas sessões no fim de 2023 para decidir qual seria o foro indicado para tramitar as negociações em torno do acordo de delação premiada de Ronnie Lessa, apontado como assassino da vereadora Marielle Franco (PSOL), crime ocorrido em 2018.

Ficou decidido que a delação deveria ser conduzida pelo Ministério Público Federal, e não pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. O caso deve continuar tramitando no próprio STJ.

A notícia foi publicada nesta terça-feira pelo jornal O Globo e confirmada pelo UOL com fontes do tribunal, que deram informações sobre o caso em caráter reservado.

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O ex-policial militar Ronnie Lessa decidiu iniciar a negociação sobre uma colaboração premiada com a Polícia Federal no final de 2023. Como a delação está no STJ, há indício de envolvimento de alguma autoridade com direito ao foro especial.

O STJ é responsável por investigar e julgar governadores de Estado, desembargadores e integrantes de Tribunais de Contas estaduais.

Em coletiva, Dino não comentou sobre delação

O atual ministro da Justiça, Flávio Dino, disse hoje em entrevista sobre o período de transição para o sucessor, Ricardo Lewandowski, que o caso sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco "jamais ficou parado".

Ele não confirmou nem negou a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa. "É de atribuição exclusiva dos delegados que estão com essas investigações. A PF é uma das melhores polícias do mundo e reconhecida como tal", disse o ministro. Segundo a colunista Carolina Brígido, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) realizou duas sessões no fim de 2023 para decidir qual seria o foro indicado para tramitar as negociações em torno do acordo de delação premiada de Lessa.

Segundo ele, houve "uma colaboração mais estreita com o Ministério Público Estadual do Rio, e agora também com a participação do Ministério Público Federal". "Houve uma delação, já firmada e homologada. É natural que haja outros atos de investigação", continuou, citando o acordo feito com o ex-PM Elcio de Queiroz, outro acusado pela morte de Marielle.

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