Carlos Bolsonaro posta vídeo e mostra como ficou sua casa após buscas da PF
Colaboração para o UOL, em São Paulo
30/01/2024 08h40
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) postou vídeo nas redes sociais para mostrar como ficou sua residência após operação da Polícia Federal, realizada nesta segunda-feira (29).
O que aconteceu
Em postagem no X, Carlos disse ter encontrado sua casa "revirada" e está "reorganizando tudo". "Cheguei há pouco em casa com muitas coisas reviradas e largadas abertas. Aos poucos reorganizando tudo".
A PF fez buscas em três endereços ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A operação foi até uma casa em Angra dos Reis (RJ) onde estavam Carlos, os irmãos Eduardo e Flávio e o pai, Jair. Também foram realizadas buscas na casa de Carlos na Barra da Tijuca e no gabinete do vereador na Câmara Municipal do Rio.
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A PF investiga se aliados de Bolsonaro na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) usaram, de forma indevida, outras ferramentas de espionagem, além do First Mile. O software permite o monitoramento de geolocalização de celulares em tempo real. Segundo a PF, o então diretor da agência, Alexandre Ramagem, teria utilizado sua posição para "incentivar e encobrir" o uso de um programa espião.
Família Bolsonaro disse não ter realizado atos de espionagem. O ex-presidente disse que a Abin paralela "jamais existiu" e elogiou Alexandre Ramagem durante uma live feita com seus filhos no domingo (28).
Defesa de Bolsonaro critica operação
Em nota, a defesa de Bolsonaro informou que o ex-presidente e os filhos não estavam no imóvel quando os policiais chegaram porque "haviam saído cedo para pescar em um local próximo". O texto foi assinado pelos advogados Daniel Bettamio Tesser, Fábio Wajngarten e Paulo Amador da Cunha Bueno.
"Ao tomarem conhecimento da busca que se realizava na residência do ex-presidente, todos retornaram imediatamente para acompanhar e atender plenamente ao mandado judicial, prestando os esclarecimentos necessários e colaborando com os agentes policiais", acrescentaram os defensores.
Defesa criticou operação. Os advogados classificaram a ação como "mais uma desastrosa e indevida fishing expedition, ou pescaria probatória, subvertendo a lógica das garantias constitucionais". Eles apontaram que outras pessoas foram afetadas pela operação "apenas pelo fato de estarem no endereço em que a busca foi realizada". "Vasculharam a intimidade e a vida privada de cidadãos, vilipendiando seus direitos fundamentais e extrapolando os limites legais."
A medida empreendida hoje, em uma residência familiar, com a apreensão indiscriminadas de bens pessoais de terceiros, sem ordem judicial específica, configura inegável abuso e uso excessivo do poder estatal, postura que deve cessar imediatamente, sob pena de configurar verdadeiro atentado à democracia.
Defesa de Bolsonaro