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Torres diz em reunião golpista que criou grupo na PF para contestar eleição

Do UOL, em São Paulo

09/02/2024 17h12

Na mira da operação da PF, o ex-ministro Anderson Torres disse ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) ter criado um grupo com membros da corporação para questionar as eleições de 2022. A revelação foi feita em reunião ministerial em julho de 2022. O conteúdo da suposta organização criminosa para manter Bolsonaro no poder foi liberado na íntegra hoje pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O que aconteceu

"Questionamentos necessários". O então ministro da Justiça disse ter criado "uma equipe completa" para "fazer os questionamentos necessários" em relação ao pleito de 2022, que ocorreu três meses após a reunião ministerial.

Grupo com delegados, peritos e agentes. Torres disse que a equipe havia sido montada em conjunto com o então diretor-geral da PF, Márcio Nunes de Oliveira, e contava com a presença de delegados, peritos e agentes.

Apuração de "fraude nas urnas eletrônicas". O ex-ministro falou após Bolsonaro acusar o STF de atuar fora dos limites constitucionais e insinuar que Lula só poderia vencer as eleições se ocorresse fraude nas urnas eletrônicas, segundo apurou a PF.

Participação de Torres "em atos antidemocráticos e golpistas", diz PF. A investigação com base na reunião ministerial indica que o ex-ministro tentou "propagar informações falsas quanto a fraudes e vulnerabilidades no sistema eletrônico de votação".

Procurada pelo UOL, a defesa de Torres informou que só vai se manifestar após ter acesso aos autos do processo.

Nós montamos um grupo lá. O diretor da Polícia Federal montou um grupo de policiais federais e agora tem uma equipe completa. [São] delegados, peritos e agentes que vão acompanhar o passo a passo das eleições para poder fazer os questionamentos necessários. A gente vai atuar de uma forma mais incisiva. Já estamos atuando.
Anderson Torres, em reunião ministerial com Bolsonaro

Pedido de colaboração a outros ministros

"Senhores, todos vão se foder". Torres alertou os ministros sobre a gravidade das consequências de uma eventual vitória do PT nas eleições, dizendo que o país seguiria o exemplo da Bolívia, presidida por Luis Arce, político de esquerda que venceu as eleições de 2020, sucedendo Evo Morales.

"Eu quero que cada um pense no que pode fazer". Em seguida, o então ministro da Justiça pediu a colaboração de outros ministros. "A gente precisa atuar agora. É isso que eu tenho buscado fazer. Não estou desrespeitando Poder nenhum e não estou querendo atropelar ninguém. Mas precisa ter algum tipo de observação nisso", disse.

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