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'Destrói credibilidade', 'não anula': políticos reagem a áudios de Cid

Do UOL, em São Paulo

21/03/2024 23h08Atualizada em 22/03/2024 12h56

Políticos divergiram nas redes sociais sobre o efeito da divulgação dos áudios do tenente-coronel Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) sugeriu ter sido pressionado pela Polícia Federal e criticou o ministro do STF Alexandre de Moraes. Os áudios foram revelados pela revista Veja, aos quais o UOL também teve acesso.

O que aconteceu

Fábio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-secretário de Comunicação da Presidência, disse que as falas são gravíssimas, e que a defesa do ex-presidente vai tomar as "devidas providências" ao longo do dia.

Já a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), disse que os áudios não apagam as provas de que Bolsonaro "conspirou com chefes militares e empresários para dar um golpe". "A PF está atuando dentro do devido processo legal, das determinações do Judiciário e em sintonia com o Ministério Público. Bolsonaro ataca a PF porque morre de medo de ser preso", escreveu.

O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) disse que a divulgação dos áudios de Cid "destrói a credibilidade da sua delação". "Como temos denunciado há anos, parece que o verdadeiro 'pau de arara' do século 21 e a verdadeira tortura de presos para obter delações, como disseram os senhores Dias Toffoli e Gilmar Mendes, não estava, como nunca esteve, na Lava Jato", disse o ex-procurador da Lava Jato, que teve o mandato de deputado cassado no ano passado.

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) diz que os áudios não anulam "os crimes cometidos por Bolsonaro e seu entorno". "As provas que apontam pra isso são sólidas e não apenas frutos de delações", escreveu.

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) disse que Mauro Cid "está sendo torturado". "Eu sinto pena desse cidadão. Ele está sendo torturado, foi torturado durante vários dias, está sendo torturado até hoje, psicologicamente, para que ele fale algo que possa ajudar a esse sistema condenar pessoas que já são condenadas na cabeça deles", declarou.

Já o deputado Carlos Veras (PT-PE) disse que a delação de Cid só foi homologada porque a PF tem outras provas que corroboram o que foi dito. "Apesar do esforço do roteirista em produzir um texto verossímil, os áudios devem complicar ainda mais o ex-ajudante de ordens, que pode ter suspendido seu acordo de delação premiada", escreveu.

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