Bolsonaro no Rio: Malafaia volta a ser porta-voz em ataques a Moraes
Colaboração para o UOL, em São Paulo
21/04/2024 11h49Atualizada em 21/04/2024 16h03
O líder religioso Silas Malafaia voltou a ser porta-voz em ataques ao ministro Alexandre de Moraes, em ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizado em Copacabana, zona sul do Rio.
O que aconteceu
O pastor fez discurso inflamado contra Moraes. Malafaia, que é um dos organizadores do evento, questionou decisões tomadas por Moraes contra aliados do ex-presidente. Aos gritos, ele voltou a chamar o ministro do STF de "ditador da toga", com um "modus operandi".
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Há dois anos, eu chamo o ministro Alexandre de Moraes de 'ditador da toga'. Alexandre de Moraes, quem te colocou como o censor da democracia. Quem é você para falar o que um brasileiro pode ou não falar? Todo ditador tem um 'modus operandi'. Prende alguns para colocar medo nos outros para que ninguém o confronte. Todo ditador tem uma imprensa oficial. Ele rasgou a Constituição. Alexandre de Moraes é uma ameça à Nação. Silas Malafaia, em ato com Bolsonaro
Malafaia colocou em dúvida inquéritos abertos pelo STF sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Na sua fala, o líder religioso —que preside a Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo— disse que a investigação aberta devido à "meia dúzia de baderneiros" foi apenas para atingir Bolsonaro.
O inquérito das fake news é uma farsa para atingir Jair Bolsonaro. Tentativa de Golpe? Lula foi impedido de ser presidente? Sim ou não? Os ministros do STF foram impedidos de serem ministros? Sim ou não? Que golpe? Meia dúzia de baderneiros? Cadê o canhão ou a bomba? Safadeza, política, molecagem para atingir Bolsonaro. Silas Malafaia
Pastor bolsonarista também fez críticas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e a comandantes militares. Pacheco foi chamado de "frouxo, covarde, omisso" por não abrir um processo de impeachment contra Moraes. Segundo Malafaia, os chefes de Exército, Marinha e Aeronáutica deveriam renunciar a seus cargos e mantê-los vagos até que o Senado fizesse "uma investigação profunda" sobre o caso da suposta tentativa de golpe de Estado.
Outro lado: o UOL apurou que o STF e o Congresso não devem responder às provocações de hoje feitas por Silas Malafaia. A assessoria de Lula disse que as críticas de Malafaia em ato pró-Bolsonaro são assunto da Justiça. "São questões que estão nos âmbitos de inquéritos policiais e da Justiça."
Ex-primeira-dama defendeu o marido
Michelle foi uma das primeiras a discursar. Ela defendeu a presença de mulheres na política, e criticou feministas, afirmando que a busca é por um país menos desigual, mas sem apresentar como isso aconteceria.
Mulheres sábias até edificam uma nação e é essa mensagem que nós queremos passar para vocês, mulheres femininas, mulheres fazendo uma política feminina e não feminista. Estamos aqui para fazer uma política colaborativa junto mulheres ajudando seus esposos junto na construção de um país melhor, mais igualitário. Michelle Bolsonaro, em discurso realizado em trio elétrico
Uma vaquinha foi organizada para financiar os gastos com o ato. Articulada pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a iniciativa levantou R$ 125 mil. Ao todo, 25 parlamentares doaram R$ 5 mil, cada um, para custear o aluguel dos trios elétricos e outras despesas.