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Deputada que propôs sessão só com homens diz que é vítima de 'crentefobia'

A deputada Mical Damasceno (PSD) Imagem: Divulgação/Biaman Prado/Assembleia Legislativa do Maranhão

Do UOL, em São Paulo

23/04/2024 15h53

Após propor que apenas homens participassem de uma sessão solene na Assembleia Legislativa do Maranhão no Dia da Família, em 15 de maio, a deputada estadual Mical Damasceno (PSD-MA) afirmou que sofre "crentefobia".

O que aconteceu

Parlamentar disse que "a esquerda e os veículos de comunicação" trabalham para "pressionar e calar" os evangélicos. De acordo com ela, não há respeito pela visão "de mundo dos crentes". A declaração foi feita em um vídeo publicado no Instagram.

Ela destacou que, desde a proposta feita, é alvo de ataques, xingamentos e ameaças. "Até de agressão física, de pessoas que dizem defender os direitos das mulheres. Estou sofrendo ataques misóginos de quem me acusa de misoginia", afirmou.

Damasceno justificou que sua intenção não era dizer que a mulher é inferior ao homem. "Em momento algum quis dizer que a mulher é inferior ao homem e nem que elas não devem ocupar cargos públicos". Para ela, a "lacrosfera" - termo utilizado pela parlamentar para se referir à mídia e à esquerda - distorceu sua declaração. "Eu me referia a um ensinamento bíblico em que Deus designa o dever da mulher para com seu marido. Isso inclui amor, respeito, a assistência e o zelo para com seu lar", destacou.

A deputada também criticou os veículos de comunicação que repercutiram a declaração. "O que eu percebo na esquerda e nos veículos de comunicação é uma crentefobia, em que, na verdade, querem nos pressionar e nos calar, pois não aceitam e nem respeitam a nossa visão de mundo. A visão de mundo dos crentes, das pessoas que acreditam na Bíblia, querem nos impor os novos formatos de família, mas não respeitam o nosso modelo de família tradicional instituído por Deus", completou.

Relembre o caso

A deputada estadual propôs que apenas homens participem de uma sessão solene no Dia da Família.

Mical Damasceno defendeu ideia ao justificar que o homem é o "cabeça da família". Nós comemoramos o Dia da Família em 15 de maio. E aí, veio uma ideia em meu coração, que eu acredito que seja divina, de nós fazermos uma sessão solene aqui, mas somente com homens para mostrar a toda sociedade que o cabeça da família é o homem", declarou durante sessão plenária realizada nesta quarta-feira (17).

A parlamentar disse que gostaria de "encher' o plenário de "macho". Para ela, a mulher "deve submissão ao marido". "Doa a quem doer. Porque as feministas defendem que tenha esse direito de igualdade. Elas querem estar sempre em uma guerra contra o homem".

E a senhora [deputada Iracema Vale], como católica praticante, sabe quem é cabeça da família, é o homem, assim como Cristo é o cabeça da Igreja. Vamos encher esse plenário de homem, de macho.
Mical Damasceno

Nas redes sociais, Damasceno publicou um trecho de sua declaração e voltou a defender a ideia. "O homem é o cabeça da família", escreveu.

A deputada foi reeleita pelo PSD, nas eleições de 2022, para seu segundo mandato, obtendo 52.123 votos.

A Assembleia Legislativa do Maranhão informou que a sessão solene será aberta à participação de homens e mulheres. "Sobre o pronunciamento da deputada Mical, ocorrido nesta quarta-feira (17), de que o ato tenha apenas a presença de homens, trata-se de uma opinião da parlamentar, respeitada dentro da pluralidade que compõe o parlamento estadual, que representa todos os segmentos da sociedade maranhense, em suas diversas forças políticas e linhas ideológicas", disse o órgão em nota enviada ao UOL.

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