Josias: Madonna faz o que fez há 40 anos; pastor não merece consideração
Colaboração para o UOL, em São Paulo
09/05/2024 13h24
O deputado federal pastor Isidório (Avante-BA) não merece a "menor consideração" por apresentar um projeto de lei que visa proibir a simulação ou encenação de atos sexuais explícitos em shows e eventos públicos no Brasil, criticou o colunista Josias de Souza no UOL News da manhã desta quinta-feira (9).
O texto, apresentado nesta quarta-feira (8), diz que a encenação de atos sexuais explícitos deve ser proibida, seja heterossexual, homossexual ou de qualquer modalidade de nudez, incluindo "sexo oral, sexo anal, masturbação ou qualquer outro ato libidinoso em quaisquer espaços públicos ou acessíveis ao público, com a presença ou não de crianças e adolescentes, sejam estes espaços físicos ou ambientes virtuais de acesso público".
Não faz nenhum sentido [o projeto]. É apenas ridículo. A Madonna faz o que fez há 40 anos. Há quatro décadas, ela faz precisamente o que fez. Já chocou mais no passado, hoje deveria chocar menos. Madonna presta um grande serviço à civilização, porque ela abraçou e se enrolou em bandeiras estratégicas que ninguém ousava fazer. Ela abraçou a causa da comunidade LGBTQIA+ em uma época que a Aids proliferava no mundo, abraçou a causa antirracista e expôs a hipocrisia religiosa. Ela abraçou uma série de bandeiras que empurraram a civilização para frente.
Esse pastor Isidório tem contra ele uma investigação aberta no Ministério Público Federal por transfobia contra a deputada Érika Hilton. Em uma sessão da Câmara, ele se referiu à deputada em pronome masculino. E a Érika Hilton, que não leva desaforo para casa, representou contra o pastor.
É apenas ridículo, mas precisa saber de onde vem o ridículo. É um personagem que não merece a menor consideração. Não é um personagem que merece crédito.
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