Caso Marielle: Defesa de delegado preso nega que ele fará delação premiada
A defesa do delegado Rivaldo Barbosa, suspeito de planejar a morte da vereadora Marielle Franco, negou hoje que ele vá fazer uma delação premiada à Polícia Federal.
O que aconteceu
"Não tem a menor chance de ele fazer uma delação", disse ao UOL o advogado Felipe Dalleprane, que representa Barbosa junto a Marcelo Ferreira. "Uma delação pressupõe a admissão de um crime, e ele nega veementemente qualquer crime: tanto a morte de Marielle quanto outras imputações paralelas, como um esquema de propina na divisão de homicídios [da Polícia Civil do Rio de Janeiro]".
Não existe a menor possibilidade de ele confessar o que não praticou.
Felipe Dalleprane, advogado de Rivaldo Barbosa
Declaração da defesa vem após o ministro do STF Alexandre de Moraes determinar hoje que a PF ouça Rivaldo Barbosa em até cinco dias. Em bilhete enviado ao ministro na semana passada, o delegado pediu "pelo amor de Deus" para ser ouvido.
Para os advogados de Barbosa, decisão de Moraes foi um "grande alento". "Reflete a retomada do processo à legalidade e constitucionalidade", escreveram. Eles dizem ainda que seria "desastroso e um desprestígio" para o STF seguir com o processo sem ouvir o denunciado.
Ex-chefe da Polícia Civil do Rio está preso desde março. O delegado já havia pedido para depor, mas não foi atendido.
Além de ajudar a planejar o crime, o delegado teria recebido propina para atrapalhar as investigações, segundo a denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Um relatório da PF aponta que ele teria recebido R$ 400 mil para evitar o avanço da apuração. Ele nega todas as acusações.
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