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Presidente da CNA diz que se recusa a falar com Lula : 'desgoverno'

João Martins da Silva Junior, presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) Imagem: Divulgação/Wenderson Araujo/Trilux

Do UOL, em Brasília.

11/06/2024 17h12

O presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), João Martins, fez uma dura crítica ao governo federal nesta terça-feira (11) e afirmou que se recusa a conversar com o presidente Lula (PT).

O que aconteceu

Martins esteve no almoço da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) para tratar da MP do PIS/Cofins. Em sua fala, o presidente da CNA demonstrou descontentamento com o Executivo e revelou que o presidente Lula queria conversar com ele, segundo informou secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.

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Ele afirmou, porém, que não quer se encontrar com o presidente. Disse ainda que chegou a hora de "nós darmos um basta nesse governo".

Eu não quero falar com o presidente Lula. Eu me recuso a falar com o presidente Lula, porque nós estamos vivendo um desgoverno. Vocês que fazem o Congresso, que fazem com que no Congresso as coisas aconteçam, está na hora da gente dizer que o país precisa de um plano para poder se desenvolver. O país não pode ficar à mercê do momento que o agro vai bem, o país vai bem.
João Martins, presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)

MP desagradou setores da economia

Chamada de "MP do fim do mundo", a medida provisória foi mal recebida pela bancada do agro. A MP limita o uso de créditos de PIS/Cofins para compensar a despesa com a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia e de municípios com até 156 mil habitantes. A proposta poderia afetar os setores de alimentação, bebidas e agronegócio.

Crédito de PIS/Cofins é um benefício fiscal que pode ser usado para abater débitos de outros impostos. A benesse é concedida com objetivo de estimular alguns setores econômicos e reduzir o efeito cumulativo dos tributos. O benefício reduz a arrecadação, já que pode ser deduzido do imposto a pagar.

Com a MP, o uso desses créditos será limitado para abater débitos apenas do próprio PIS/Cofins. Medidas provisórias começam a valer a partir da publicação. Quando chegam ao Congresso, precisam ser analisadas em até 120 dias para não perder a validade.

Frentes parlamentares querem a derrubada da medida provisória. Deputados e senadores iniciaram uma articulação para que demolir os efeitos da MP.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que Lula deve retirar a MP do PIS/Cofins. Parlamentares do agro vão se reunir com o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para discutir a possível devolução do texto.

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