Bolsonaro depõe à CGU em processo que investiga Silvinei, ex-diretor da PRF
O ex-presidente Jair Bolsonaro depõe na manhã de hoje (5) à CGU (Controladoria-Geral da União). A informação foi publicada pela coluna da Malu Gaspar, em O Globo, e confirmada pelo UOL.
O depoimento ocorre no âmbito de um processo administrativo que investiga a atuação do ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques durante as eleições de 2022.
Bolsonaro deve falar a uma comissão da CGU por meio de videoconferência. O ex-presidente foi indicado como testemunha de defesa de Vasques no processo, que tramita sob sigilo. O UOL apurou que poderá ocorrer a aplicação de advertência ou a perda da aposentadoria como policial rodoviário federal. Além do ex-presidente, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres também foi apontado como testemunha.
O ex-presidente será questionado sobre os bloqueios nas estradas no domingo em que ocorreu o segundo turno das eleições para presidente. Vasques foi homem de confiança de Bolsonaro e comandou a corporação entre abril de 2021 e dezembro de 2022.
Em decisão, a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Ana Cristina Ferro Blasi, manteve na quinta-feira (31) a determinação para que o ex-presidente apresentasse o depoimento à CGU oralmente, e não por escrito.
Silvinei se tornou alvo de processo na CGU por ter pedido votos a Bolsonaro ao longo da campanha de 2022. Ele também presenteou o então ministro da Justiça, Anderson Torres, com uma camisa do Flamengo que estampava o número usado por Bolsonaro nas urnas.
No dia do segundo turno em 2022, uma série de bloqueios na região no Nordeste atrapalharam o deslocamento de eleitores às seções de votação. Nos estados da região, o então candidato à presidência Lula (PT) tinha larga vantagem sobre Bolsonaro. As suspeitas de interferência são alvo de uma outra investigação, que tramita no STF sob a relatoria do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Em agosto do ano passado, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Silvinei a pedido da Polícia Federal, que apontou o risco de ele comprometer o andamento das investigações e interferir em depoimentos.
Um ano depois, o ministro do STF revogou a prisão de Vasques ao concluir que o ex-diretor não ameaçava mais as investigações. Contudo, a PF impôs o uso de tornozeleira eletrônica e proibiu o uso de redes sociais.
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