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'Coleguismo' blinda Juscelino na Câmara; deputados o veem 'injustiçado'

Juscelino Filho (União-MA) durante discurso na Câmara dos Deputados Imagem: Divulgação/Câmara dos Deputados

Do UOL, em Brasília

13/06/2024 04h00

O bom relacionamento do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), com os deputados fez com que ele recebesse um tipo de 'blindagem' na Câmara após a notícia de seu indiciamento pela Polícia Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O que aconteceu

Juscelino, que é deputado licenciado e acumula três mandatos seguidos, mantém uma relação de amizade na Câmara. Parlamentares do centrão e até mesmo da oposição ouvidos pelo UOL afirmam que o ministro está sendo "injustiçado".

Bancada do União na Câmara diz que há uma "perseguição" a Juscelino. Os deputados avaliam que alguns integrantes do PT não gostam do ministro e colaboram com o clima de perseguição. Para um parlamentar ouvido pela reportagem, o ministro não pode ser responsabilizado pela forma como a verba foi utilizada após a indicação.

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A base governista admite que o episódio pode desgastar a imagem dele. Mesmo assim, não veem condições para Juscelino deixar o comando da pasta das Comunicações.

O ministro tem o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) como padrinho político. Também pesa o fato de que, se o Planalto pedir para afastá-lo, será o início de uma guerra contra o partido no Congresso.

O governo Lula tem acumulado derrotas na Câmara e no Senado. Parte do fracasso se deve à falhas na articulação política e falta de diálogo com os parlamentares.

O União Brasil tem três ministros no governo Lula. No entanto, os parlamentares do partido têm votado com a oposição em projetos recentes do Congresso, sobretudo nas chamadas pautas de costume.

O que diz a investigação

Juscelino é investigado por suposto envolvimento em desvios da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba). O ministro teria empenhado, ainda como deputado federal, R$ 5 milhões do orçamento secreto na Prefeitura de Vitorino Freire (MA), comandada por sua irmã, Luanna Rezende (União).

Segundo a CGU (Controladoria-Geral da União), apenas a família do ministro é beneficiada pelas emendas parlamentares destinadas por ele. O recurso foi usado para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente às fazendas dele e de sua família, onde ele mantém uma pista de pouso.

Em nota, o ministro afirmou que "o indiciamento é uma ação política e previsível". Na avaliação de Juscelino Filho, a investigação "distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito".

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