Em terra de Moro, Lula chora com prisão e chama ex-juiz de 'insignificante'

O presidente Lula (PT) chamou o senador Sergio Moro (União-PR) de "juiz insignificante" nesta quinta (15) em Curitiba, ao relembrar o período em que ficou preso na cidade.

O que aconteceu

Lula chorou ao falar da prisão. Durante a reinauguração de uma fábrica, ele voltou a cutucar a Lava Jato, responsável pelo processo, e indicar, sem provas, que a operação tinha fins contra a soberania nacional, incluindo a tomada da Petrobras.

Foi a decisão mais sábia que tomei: eu vou me entregar na Polícia Federal e vou lá para dentro, vou perto daquele juiz insignificante, vou perto daqueles procuradores da República que faziam parte de uma quadrilha dentro do Ministério Público. Eu vou lá para provar minha inocência.
Lula, ao lembrar da prisão

O presidente ficou preso na sede da Polícia Federal em Curitiba durante 580 dias, entre 2018 e 2019. Na primeira vez na cidade como presidente, ele relembrou a vigília formada e contou que amigos pediram para que ele deixasse o país.

"Companheiros que queriam que eu fosse para o exterior, companheiros achavam que eu devia ir para uma embaixada", lembrou. "Toda noite eu pensava: ora, como é que vão ficar os meus amigos que a vida inteira acreditaram em mim, minha família, se aparecer a manchete de qualquer país: 'Lula fugitivo, Lula procurado'?"

Lula fala do período com frequência. Recentemente, tem associado a operação a uma tentativa de destruir o patrimônio nacional —em suas falas, no entanto, ele ignora o rombo de R$ 18 bilhões (R$ 23,8 bilhões, corrigidos pela inflação) na petrolífera durante as gestões petistas, identificado pela Lava Jato.

"Eles conseguiram criar no imaginário daqueles que não gostam de nós a ideia de que todo mundo na Petrobras era ladrão", disse Lula. "A Petrobras é do povo brasileiro e, se é do povo brasileiro, é também do presidente da República."

Moro rebateu no X. Ele disse que Lula "jamais provou a sua inocência para mim ou ao povo brasileiro". "Foi apenas beneficiado por uma mais do que questionável anulação formal de suas condenações. Sua culpa havia sido reconhecida por magistrados de três instâncias. A população sabe a verdade: a Petrobras foi saqueada durante o seu governo e pelos diretores que nomeou."

Lula foi a Curitiba para marcar a reinauguração da fábrica de fertilizantes Ansa, com investimentos da Petrobras. Parada desde 2020, a fábrica ganhou um aporte de R$ 870 milhões, com previsão para início das atividades daqui a um ano, no segundo semestre de 2025.

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