7 de Setembro de Lula tem Moraes e outros ministros do STF, mas não Janja
O desfile de 7 de Setembro organizado pelo governo Lula (PT), em Brasília, teve a presença de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), incluindo Alexandre de Moraes, alvo de protestos na Av. Paulista, em São Paulo, nesta tarde.
O que aconteceu
Lula chegou às 9h, sozinho, em carro aberto. O evento acabou por volta das 11h.
A primeira-dama Janja da Silva não foi ao desfile. Pouco entusiasta de eventos militares, no ano passado ela chegou junto ao presidente para o tradicional evento na capital federal.
Janja viajou ao Qatar. Em Doha, deverá participar de um evento sobre educação a convite da xeica do país, segundo informou a assessoria da primeira-dama.
Pacheco presente, Lira não. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi ao evento, enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não compareceu.
Parte dos ministros do governo e do STF compareceu. Além de Moraes, estiveram presentes o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e os ministros Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Edson Fachin e Gilmar Mendes.
Moraes tietado em Brasília. Quando o ministro chegou e em alguns raros momentos de silêncio, foi possível ouvir o público gritar "Xandão" na arquibancada mais próxima ao local reservado às autoridades. Os presentes também gritaram o nome de Lula. Moraes é o principal alvo dos protestos em São Paulo. Organizado pelo pastor Silas Malafaia, o ato pedirá o impeachment do ministro e deverá contar com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
32 dos 38 ministros do governo Lula presentes. A ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, não compareceu. Na sexta (6), ela confirmou a colegas ter sido vítima de assédio sexual pelo então colega Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, demitido à noite por Lula.
Participaram 31 atletas da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris, a maioria deles militar. Como é costume, também desfilaram crianças de escolas públicas, que fizeram uma homenagem ao Rio Grande do Sul, estado que foi atingido por enchentes no primeiro semestre, com a presença do governador Eduardo Leite (PSDB).
Mais de cinco mil agentes na segurança. Segundo informações oficiais, foram 2.500 membros da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), 2.000 militares das Forças Armadas e 600 do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Distância do bolsonarismo
O desfile "Independência e Democracia" abordou pautas do governo. Desfilaram forças públicas que atuaram no Rio Grande do Sul, profissionais da saúde e um boneco do Zé Gotinha. Estudantes também levaram estandartes das bandeiras dos países participantes do G20, que será realizado no Rio de Janeiro, em novembro.
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Quero receberUm dos objetivos foi afastar cada vez mais a data do bolsonarismo. Segundo pessoas que participaram da organização, o governo tenta restabelecer a data como uma celebração de Estado, como era antes da gestão Bolsonaro, que conseguiu tomar para si a comemoração.
Temas escolhidos a dedo para mostrar a marca da gestão Lula. Investimento na saúde pública, em contraposição a que foi feito durante a pandemia de covid-19, e avanços da pauta internacional são dois dos principais diferenciais do presidente em relação ao governo anterior.
Orçamento menor
O evento foi impactado pelos bloqueios feitos pelo governo. Com planejamento inicial de R$ 16 milhões, foi reduzido para R$ 13 milhões e fechou em R$ 10 milhões. O principal corte se deu em maquinário e número de militares que desfilam —principal gasto do cerimonial, considerando locomoção e hospedagem do contingente.
Helicópteros também foram cortados: eles custam cerca de R$ 10 mil por hora. Oito deles viriam da Base Aérea de Anápolis (GO), a cerca de 160 km da capital federal, e outro do Pará. Mas essa ideia foi cancelada.
Esquadrilha da fumaça foi mantida. A exibição tradicional do esquadrão aéreo é um dos pontos altos do desfile —do qual Lula também é um entusiasta. A apresentação terá custo de cerca de R$ 700 mil.
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