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Bolsonaro cobra Congresso contra Moraes e pede anistia a presos por 8/1

Do UOL, em São Paulo

07/09/2024 12h35Atualizada em 07/09/2024 18h29

No ato contra Alexandre de Moraes na avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cobrou atitude do Congresso pelo impeachment do ministro do STF e voltou a pedir "anistia" ao que os bolsonaristas definem como presos políticos, em referência a quem foi preso pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

O que aconteceu

Bolsonaro chamou Moraes de "ditador" e o acusou de manipular inquéritos. Sem provas, ele narrou que é perseguido e que só foi eleito em 2018 por uma "falha no sistema".

Também pediu para o Senado "botar freio naqueles que rompem as quatro linhas". Antes do ex-presidente discursar, congressistas subiram ao trio elétrico para destacar a iniciativa de senadores bolsonaristas de pedir o impeachment de Moraes.

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Multidão ocupou alguns quarteirões da Paulista; o público foi menor do que no ato realizado em fevereiro. Um forte esquema de segurança foi montado para o ato organizado pelo pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro.

Durante a fala de Bolsonaro, parte do público começou a deixar a manifestação na Paulista. O candidato à prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) apareceu somente no final, assim que acabou o discurso de Bolsonaro, e passou correndo perto do trio, mas sem subir nele.

Bolsonaro atacou Moraes e frisou o pedido de anistia. Durante a fala, o ex-presidente citou uma suposta manipulação do resultado eleitoral de 2022 —o que já foi descartado por autoridades e observadores internacionais que acompanharam as eleições naquele ano, quando Lula (PT) foi eleito. Bolsonaro está inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030.

Devemos botar freio através dos dispositivos constitucionais àqueles que rompem os limites das quatro linhas da constituição. Eu espero que o senado coloque um freio no Moraes, esse ditado, que é mais no Brasil que o próprio lula.
Jair Bolsonaro (PL)

STF não vai se manifestar sobre ataques a Moraes. A assessoria do Supremo afirmou ao UOL que os ministros não comentarão as declarações dos políticos bolsonaristas no caminhão de som na Paulista.

Bolsonaro foi ao hospital Albert Einstein pela manhã, antes de ir para Paulista. Ele recebeu atendimento após apresentar sintomas de gripe e rouquidão, segundo aliados.

Quem mais falou

Eduardo Bolsonaro foi o primeiro a falar e puxou o coro "Fora, Xandão". Ele pediu "anistia aos presos políticos", em referência aos presos pelo ato golpista de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.

Tarcísio de Freitas (Republicanos) não citou Moraes em seu discurso. O governador de São Paulo pediu a volta de Jair Bolsonaro(PL), falou em defesa da liberdade, citou "presos políticos" e pediu "anistia", também em referência aos presos pelo ato golpista de 8/1. "A direita dá resultado, estamos do lado do povo. Saudades de Bolsonaro", declarou Tarcísio, cujo nome é citado pela direita para disputar as eleições presidenciais em 2026 —Bolsonaro está inelegível.

Ricardo Nunes (MDB) subiu ao trio, porém não foi anunciado. O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição é apoiado por Bolsonaro, mas essa relação está estremecida, com políticos bolsonaristas migrando para a candidatura de Marçal.

Discursaram deputados e senadores. Além de Eduardo Bolsonaro, falaram ao público os deputados Bia Kicis (PL), Júlia Zanatta (PL), Gustavo Gayer (PL) e Nikolas Ferreira (PL), o senador Magno Malta (PL) e o pastor Malafaia. Eles pediram o impeachment de Moraes e também mencionaram o banimento da rede social do X, por decisão do STF que foi referendada pela Primeira Turma do STF.

Bolsonaristas durante ato na Paulista contra o ministro Alexandre de Moraes Imagem: Reprodução de vídeo / Youtube de Silas Malafaia

Mais cedo, Bolsonaro publicou vídeo no Instagram convidando apoiadores para o ato na Paulista. Ele criticou os eventos tradicionais do 7 de Setembro "patrocinados pelo governo Lula". "Essa semana não é a semana da independência, um país sem liberdade não pode comemorar nada nessa data", disse. No vídeo, Bolsonaro não aparentava rouquidão, mas ele pode ter sido gravado anteriormente.

O ato na Paulista

Camisas amarelas e manifestações contra Alexandre de Moraes. No ato deste 7 de setembro, os apoiadores do ex-presidente Bolsonaro sobem o tom contra o ministro do STF, o presidente Lula e pedem anistia pelos presos do 8 de janeiro.

Faixas e bandeiras contra Moraes presentes na manifestação. Além de Alexandre de Moraes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também é alvo dos protestos. Há a expectativa por parte da base bolsonarista de que Pacheco avalie o pedido de impeachment do ministro.

Manifestantes protestam em ato de 7 de setembro na Avenida Paulista Imagem: Saulo Pereira Guimarães/UOL

Por volta das 13h10, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, chegou ao ato. Por determinação do STF, o líder do PL não pode manter contato com Bolsonaro. Ambos são investigados por uma suposta articulação golpista do 8 de janeiro. O ex-presidente ainda não chegou ao ato.

Candidatos usam ato na Paulista como palanque. Além de candidatos a prefeito representados por faixas e santinhos, dezenas de postulantes ao cargo de vereador marcam presença.

Valdemar Costa Neto marca presença em ato do 7 de setembro Imagem: Saulo Pereira Guimarães/UOL

Candidatos da coligação de Ricardo Nunes evitam associação com prefeito. Nos tradicionais santinhos distribuídos pelos candidatos, a foto de Nunes é pouco evidenciada, mesmo com o candidato sendo apoiado oficialmente por Bolsonaro na capital paulista. Sonaira Fernandes (PL), aliada de Michelle Bolsonaro, optou por uma foto ao lado de Tarcísio no santinho. Já Lucas Pavanato, candidato de Nikolas Ferreira, tem também Bolsonaro ao seu lado na foto.

Manifestantes distribuem panfletos simulando a carteira de trabalho e previdência social. Com a frase "exorcizando esquerdista", a carteira foi distribuída em santinhos, exposta em cima de trios e em bandeiras. Os manifestantes que aderiram ao uso da carteira na manifestação apoiam o candidato do PRTB, Pablo Marçal, que protagonizou um embate com Guilherme Boulos (PSOL), envolvendo o documento.

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