Valdemar: Tarcísio é o número 1 para 2026, mas pode ser o Eduardo Bolsonaro

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, citou pela primeira vez o nome do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como opção da direita para disputar a eleição presidencial de 2026.

O que aconteceu

Valdemar mencionou o filho 03 de Jair Bolsonaro (PL) ao ser questionado sobre o nome da direita na próxima eleição. "O primeiro da fila é Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo, atualmente filiado ao Republicanos], mas temos o Eduardo Bolsonaro também", afirmou à GloboNews nesta sexta-feira (11).

O presidente do PL, no entanto, afirmou ainda acreditar na candidatura do ex-presidente. "Acho que o Bolsonaro ainda vai ser candidato (...) Quando o Lula estava preso, vocês achavam que ele ia ser candidato?", questionou. "Vamos tentar votar a anistia [no Congresso]", declarou ele em referência à inelegibilidade de oito anos do ex-presidente após julgamento no TSE. "Acho que o candidato nosso é o Bolsonaro, o melhor para nós."

Mesmo que Eduardo não seja o candidato do PL, ele deverá ter um cargo de confiança. "Precisamos de uma pessoa para defender o partido que tenha imunidade [parlamentar]. O Bolsonaro não tem, eu não tenho", disse.

Valdemar descartou a possibilidade de Eduardo assumir a presidência do partido em seu lugar. "O Eduardo Bolsonaro não tem tempo para ser presidente do partido", declarou ele ao afirmar que o parlamentar viaja muito pelo Brasil. "Precisamos do Eduardo. Pôr ele num cargo em que ele possa defender o partido."

PL tem alas extremistas, admite Valdemar

Na mesma entrevista, Valdemar definiu o PL como uma sigla de direita com alas extremistas. "Somos um partido de direita, mas temos várias pessoas de extrema direita. Eu não sou de extrema, sou de direita. Tenho relação com o pessoal do PT, PSB, do PDT", afirmou. "Eles [extrema direita] não querem nem conversar [com esses partidos]."

Convencer Bolsonaro e sua ala é tarefa difícil, afirmou. "Eu conversando com o Bolsonaro já é difícil convencer de muitas coisas... A cada dez [coisas], eu consigo convencer uma."

 Jair Bolsonaro com o presidente do seu partido, Valdemar Costa Neto, ao fundo
Jair Bolsonaro com o presidente do seu partido, Valdemar Costa Neto, ao fundo Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress
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A popularidade do ex-presidente torna o diálogo mais difícil. "O Bolsonaro não é uma pessoa igual a nós. Não tem o nosso comportamento", disse ele. "O camarada chora [ao encontrar-se com ele na rua], criança gosta dele. É lógico que ele se sente no caminho certo."

Valdemar atribuiu ao ex-presidente o bom desempenho do PL na eleição. Quinta mais votada, a legenda elegeu 510 prefeitos no país. "O retrato do nosso partido é a força do Bolsonaro", disse ele ao mencionar vitórias em duas capitais e a ida para o segundo turno em outras nove. "Podemos chegar a seis prefeitos nas capitais. Nunca tivemos capital. Vamos dar um salto, é importante pra nós."

Valdemar negou que a direita tenha saído rachada do primeiro turno. As agremiações da centro-direita disputaram entre si a maioria das prefeituras. "Não tivemos essa divisão", disse ele. "Temos uma relação próxima com o PP, [com o] Republicanos. Tivemos mais problema com o [Gilberto Kassab, presidente do PSD]", que teria descumprido um acordo eleitoral em Santos, no litoral paulista.

Nós não podemos ficar na extrema direita. Temos que trazer todos que estão do nosso lado porque queremos aumentar a nossa base.
Valdemar Costa Neto, em entrevista à Globonews

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