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Sakamoto: Diferente de Bolsonaro, Lula sempre foi transparente sobre saúde

A comunicação do Palácio do Planalto tem sido transparente após o acidente doméstico sofrido pelo presidente Lula (PT), avaliou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta segunda-feira (21) — um cenário distinto do que ocorria quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha assuntos de saúde para divulgar à sociedade.

Sakamoto relembra que, como Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB) também buscavam ser transparentes com seus tratamentos contra o câncer. Bolsonaro, por outro lado, teve uma divulgação controversa após o atentado à faca que sofreu em 2018, afirmou o colunista.

Com a exceção do episódio do atentado que ele sofreu em 6 de setembro de 2018, aquela abominável facada que levou, depois disso, o presidente Jair Bolsonaro foi muito ruim em comunicação. Ele ia para os hospitais, não informava, fazia exames e só depois de um bom tempo as pessoas [sabiam]. A comunicação de saúde dele era horrível. Ele evitava ao máximo falar se tinha ou não contraído Covid, se fazia teste, se havia se vacinado.

Depois, percebíamos que havia uma tentativa de instrumentalizar esses momentos médicos. Era comum que, quando ele sofria críticas ou quando havia uma denúncia contra ele, coincidentemente, ele ia fazer um exame. Essas coincidências foram se repetindo ao longo do mandato. Ele usava a saúde para seus interesses pessoais.
Leonardo Sakamoto

O colunista ressalta que a saúde do presidente da República é de interesse público, e não privado, já que é a capacidade de tomada de decisões para o país que está em jogo, mas que, para Lula, também está em jogo sua sucessão ou campanha à reeleição em 2026.

Há todo um trabalho e uma preocupação para mostrar que a queda não afetou a capacidade de raciocínio do presidente. Caso contrário, ele teria que se afastar e dar lugar ao vice-presidente Geraldo Alckmin. No entanto, não houve problema na capacidade de raciocínio e de tomada de decisões em nome do país, mas é necessário ter esse tipo de cuidado [evitar viagens].

O elefante na sala é: essa queda mostra que ele está perdendo reflexo ou foi apenas um acidente? Como ele estará em 2026 é uma preocupação que permeia a esquerda, de maneira geral, [...] e que a direita está de olho, porque, dependendo de ser Lula ou não, as chances da direita aumentam ou diminuem.
Leonardo Sakamoto

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