Bolsonaro elogia ex-ministro de Lula e Dilma: 'Queria no primeiro escalão'
Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)
10/11/2024 18h23
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que gostaria de contar com Aldo Rebelo (MDB), ex-ministro de Lula e Dilma, como um "ministro da Amazônia" e que o considera "um cara fantástico".
O que aconteceu
A fala foi durante uma entrevista à rádio AuriVerde Brasil, de Bauru (SP), na última quarta-feira. O ex-presidente comentou sobre as alianças que o PL firmou com partidos do "centrão" e disse que isso era uma forma de poder se colocar contra a esquerda.
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A citação a Rebelo, porém, não foi nominal, mas a "um deputado que foi do PCdoB, relator do Código Florestal e saiu do partido". Rebelo, filiado ao PCdoB, foi o relator do Código Florestal na Câmara em 2012, onde foi parlamentar por seis mandatos consecutivos, entre 1991 e 2015. Nesse período, o ex-deputado presidiu a Casa de 2005 a 2007. Ele deixou a legenda em 2017.
"Um cara fantástico, em todos os aspectos, que viajou para a Amazônia agora, deu um recado para o Brasil que quer a nossa Amazônia", afirmou. Na sequência, Bolsonaro disse que "seria um sonho" tê-lo como Ministro da Amazônia, caso topasse o convite.
Rebelo foi ministro de Esportes, Ciência e Tecnologia e Defesa e Coordenação Política durante os mandados de Lula e Dilma. O político se aproximou de Bolsonaro e de lideranças da direita neste ano, o que rendeu um cargo de secretário de Relações Internacionais na gestão Ricardo Nunes (MDB) na Prefeitura de São Paulo.
"Tem gente boa em todos os partidos"
Bolsonaro reconheceu que há pessoas boas em outras legendas. "Tem gente boa em outros partidos por aí, não só no meu. Dificil achar dentro do PT, PCdoB, PSOL. É difícil achar. Acho que dificilmente tem alguém lá", disse.
'Tecido político' brasileiro ficou deteriorado, diz Bolsonaro. O comentário veio após uma análise sobre a vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas e à dita "liberdade política" pregada em discursos do empresário.
Rádio ligada ao bolsonarismo
Reportagem do UOL mostrou que a emissora de rádio de Bauru tornou-se uma das principais plataformas do ex-presidente. Fundada há quase 70 anos, a emissora foi excluída, no ano passado, da rede de afiliadas da Jovem Pan
A rádio chegou a insinuar que poderia haver fraude no 2º turno das eleições, em 27 de outubro. O diretor da Auriverde, Alexandre Pittoli, fez sugestões veladas de que as urnas favoreceriam Guilherme Boulos (PSOL) contra Ricardo Nunes (MDB), em São Paulo, e chamou de "incrível" e "estranho" o andamento dos números em Curitiba, na disputa em que Graeml perdeu para o prefeito eleito Eduardo Pimentel (PSD).