Preso pela PF por plano de morte fez segurança para Lula antes da posse
Colunista do UOL e do UOL, em Brasília
19/11/2024 10h47Atualizada em 19/11/2024 11h27
O policial federal Wladimir Matos Soares, preso nesta terça (19) sob suspeita participar do plano para assassinar o presidente Lula (PT), participou da segurança do petista após ele ser eleito e antes da posse, em 2022.
O que aconteceu
A PF prendeu quatro militares das Forças Especiais, os chamados "kids pretos", e Soares. Os indícios colhidos pela PF apontam que os alvos da operação elaboravam, em 2022, um plano de golpe que incluía a execução do presidente e do vice-presidente eleitos, Lula e Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que vinha sendo alvo de monitoramento.
Segundo a investigação, Soares passava informações sobre o dia a dia de Lula a pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com a decisão, assinada por Moraes, ele fornecia "informações que pudessem de alguma forma subsidiar as ações que seriam desencadeadas, caso o Decreto de golpe de Estado fosse assinado".
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Soares estava próximo. Como agente da PF em Brasília, ele tinha detalhes não só do cotidiano do candidato eleito como do esquema de segurança em torno do petista e de Alckmin.
O investigado [Soares], aproveitando-se das atribuições inerentes o seu cargo no período entre a diplomação e posse do governo eleito, repassou informações relacionadas à estrutura de segurança do presidente Lula para pessoas próximas ao então presidente Jair Bolsonaro, aderindo de forma direta ao intento golpista.
Decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF
Dois militares presos faziam a segurança do G20, no Rio de Janeiro. Os tenentes-coronéis Rodrigo de Azevedo e Hélio Lima estavam escalados para o evento, que reúne chefes de Estado das maiores economias do mundo, e foram detidos no Comando Militar do Leste.