PF cita 6 núcleos em inquérito que implica Bolsonaro em tentativa de golpe
Do UOL, em Brasília
21/11/2024 15h23Atualizada em 21/11/2024 16h03
A Polícia Federal apontou seis núcleos de atuação no inquérito que encaminhou ao STF e à PGR (Procuradoria-Geral da República) em que implica o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma tentativa de golpe de Estado.
O que aconteceu
A PF concluiu investigação que apurou golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Relatório final foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal) com o indiciamento de 37 integrantes da organização criminosa, incluindo Bolsonaro.
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As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos. Houve quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário.
"As investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas, o que permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:
a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
c) Núcleo Jurídico;
d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
e) Núcleo de Inteligência Paralela;
f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas."
Entenda o indiciamento
A PF indiciou nesta quinta-feira (21) 37 pessoas. Estão na lista o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general Braga Netto (PL) sob suspeita dos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Pela primeira vez, um presidente eleito no período democrático é indiciado como responsável por tramar contra a democracia no país. A reportagem tenta contato com a defesa de Bolsonaro e Braga Netto.
Próximo passo é o STF encaminhar o relatório à PGR. A partir de agora, o ministro Alexandre de Moraes deve enviar o relatório da PF à Procuradoria-Geral da República, que vai analisar tudo o que foi levantado pela corporação e decidir se denuncia ou não os envolvidos.
A expectativa é que o procurador-geral, Paulo Gonet, só apresente a denúncia no ano que vem. Isso se deve ao grande volume de informações do inquérito e à complexidade do caso.