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PF diz que Bolsonaro ‘tinha ciência e deu autorização’ ao plano de golpe

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa Braga Netto em 2022 Imagem: EVARISTO SA/AFP

Do UOL, em Brasília

26/11/2024 16h39Atualizada em 26/11/2024 16h39

A Polícia Federal afirma que ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "tinha ciência e deu autorização" ao plano de golpe, além de listar outro fatos para incriminá-lo na trama golpista que incluem desde a reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto em julho de 2022 até a reunião com os comandantes das três Forças Armadas para discutir a minuta golpista.

O que aconteceu

As implicações de Jair Bolsonaro no plano segundo a PF. De acordo com o relatório, Bolsonaro reverberou "o discurso de vulnerabilidades das urnas e de que havia ocorrido fraude eleitoral", sendo que a Representação Eleitoral para Verificação Extraordinária peticionada pelo Partido Liberal, contendo dados técnicos inconsistentes, teve "ciência e autorização de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto".

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Também aponta participação nas "ações de pressão ao comandante do Exército, como a denominada 'Carta ao Comandante do Exército de Oficiais
Superiores da Ativa do Exército Brasileiro' teve ciência e autorização, para ser elaborada e posteriormente disseminada, pelo então presidente da República". "Dando prosseguimento à execução do plano criminoso, o grupo iniciou a prática de atos clandestinos com o escopo de promover a abolição do Estado Democrático de Direito, dos quais Jair Bolsonaro tinha plena consciência e participação ativa."

Moraes tirou sigilo do relatório final da investigação sobre tentativa de golpe de Estado. Ex-presidente e outras 36 pessoas foram indiciadas por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Relatório final da PF foi apresentado na semana passada e deve ser enviado hoje à Procuradoria-Geral da República, responsável por analisar o caso e decidir se apresenta ou não denúncia contra todos os indiciados.

Relatório traz a principal linha de investigação contra o ex-presidente. Ao todo, Bolsonaro já foi indiciado em três inquéritos: o da tentativa de golpe de Estado; o que aponta que ele teria desviado dinheiro de joias recebidas na Presidência da República e o que aponta que ele teria fraudado o cartão de vacinação na véspera de deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos, após a derrota para Lula em 2022.

No documento de 884 páginas, a PF dividiu a atuação dos investigados em seis núcleos diferentes. Confira abaixo a lista completa:

  1. Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e Apoio a Outros Núcleos
  2. Núcleo de Inteligência Paralela
  3. Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
  4. Núcleo Jurídico
  5. Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado
  6. Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral

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