Raquel: 'Caso mostra esforço de Bolsonaro em conseguir adeptos para golpe'
O suposto envolvimento do general Estevam Theophilo, que teria se colocado à disposição da trama golpista, quando ainda estava no Alto Comando do Exército, em 2022, revela o esforço do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em conseguir adeptos para dar o golpe de Estado, opinou a colunista Raquel Landim no UOL News - 2ª Edição, do Canal UOL, nesta segunda-feira (2).
As informações foram dadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, em sua delação premiada, e constam do relatório final da investigação da PF (Polícia Federal) sobre os movimentos para tentativa de golpe de Estado após a derrota de Bolsonaro para Lula (PT) nas eleições presidenciais, conforme apurou o jornal Folha de S.Paulo. A defesa do general Theophilo negou a acusação.
O que a PF está tentando mostrar, e a gente vai ver se a Procuradoria Geral da República concorda com isso, é que houve uma intenção efetiva de dar um golpe de Estado. Raquel Landim, colunista do UOL
Segundo a investigação, Bolsonaro teria feito apelo ao militar durante uma reunião no Palácio da Alvorada, em Brasília, dois dias depois de não obter o aval do comandante do Exército, Freire Gomes.
[O relatório da PF diz o que] o ex-presidente estava fazendo para conseguir convencer o comando do Exército a dar um golpe. Porque, se não havia o apoio de Freire Gomes —que tinha a tropa nas mãos e seria capaz de transformar o que era um plano num golpe de efetivo—, Bolsonaro estava tentando outras alternativas.
Eu acho que essa é a informação mais importante: que o general Theophilo aceitou a perspectiva de dar um golpe, desde que Bolsonaro assinasse a tal minuta do golpe. [A investigação] mostra o esforço de Bolsonaro para conseguir, segundo Mauro Cid, adeptos a sua tentativa de golpe de Estado. Raquel Landim, colunista do UOL
Militares rasgaram minuta de golpe, diz PF
Mensagens recuperadas pela Polícia Federal indicam que aliados de Bolsonaro continuaram mobilizados até janeiro de 2023, mesmo após a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para conseguir a adesão do Exército ao plano de golpe.
Segundo a PF, diálogos de militares recuperados na Operação Contragolpe mostram que o então braço direito de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, às vésperas dos atos do 8 de Janeiro, "tinha ciência de que algo ainda estava por acontecer, que no seu entendimento seria bom para o Brasil".
Uma conversa do tenente-coronel do Exército Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros chamou a atenção dos investigadores. Um interlocutor de Cavaliere disse que, em reunião entre Bolsonaro, o general Hamilton Mourão (ex-vice-presidente) e outros generais, os militares "rasgaram o documento que Bolsonaro tinha assinado", "possivelmente se referindo ao decreto de golpe de Estado.
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