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Bolsonaro questiona prisão de Braga Netto após 'inquérito concluído'

Braga Netto e Bolsonaro em 2022, em Brasília Imagem: WILTON JUNIOR - 10.ago.22/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

14/12/2024 20h16Atualizada em 14/12/2024 20h51

O ex-presidente Jair Bolsonaro se pronunciou na noite deste sábado (14) sobre a prisão do seu ex-ministro e ex-candidato a vice, general Braga Netto.

O que aconteceu

Bolsonaro questionou o pedido de prisão de Walter Souza Braga Netto. Em uma publicação no X, ele citou a conclusão do inquérito da PF (Policia Federal) e a necessidade da prisão preventiva de seu ex-ministro.

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"Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?", perguntou o ex-presidente na publicação. Para Bolsonaro, o fato do inquérito já ter sido concluído impossibilitaria obstruções nas investigações por parte de Braga Netto.

Esta é a primeira vez que Bolsonaro se pronuncia após a prisão de Braga Netto. A publicação acontece horas após o STF (Supremo Tribunal Federal) mandar prender preventivamente o general.

O ex-ministro segue detido na Vila Militar, zona oeste do Rio de Janeiro. A prisão preventiva, que não têm prazo para cumprimento, é resultado do inquérito que investiga um plano golpista envolvendo aliados do ex-presidente Bolsonaro.

A PF, em ofício, narrou que Braga Netto teria atuado para atrapalhar as investigações. Para o pedido de prisão, foi argumentado que o ex-ministro representaria risco à ordem pública.

A defesa de Braga Netto nega que o ex-ministro tenha atrapalhado as investigações. "A defesa se manifestará nos autos após ter plena ciência dos fatos que ensejaram a decisão proferida. Entretanto, com a crença na observância do devido processo legal, teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução as investigações", narrou os advogados Luís Henrique César Prata, Gabriella Venâncio e Francisco de Lima em nota.

Os indícios para prisão de Braga Netto

PF afirma que Braga Netto tentou "controlar as informações fornecidas" na delação de Cid. Os indícios apontam que o ex-ministro falou sobre o assunto com o general Mauro Lourena Cid, pai do delator, logo após ele fechar o acordo com a Polícia Federal, em setembro de 2023. Para a polícia, isso configura uma tentativa de atrapalhar as investigações, o que justifica a prisão.

Além da obstrução de Justiça, um novo depoimento de Cid reforçou os indícios contra Braga Netto. No último dia 21, Cid afirmou que o ex-ministro ajudar a financiar um suposto plano para matar autoridades. Cid, que havia isentado Braga Netto de culpa ao fechar delação, mudou sua versão e disse que o general entregou dinheiro aos chamados 'kids pretos', militares das Forças Especiais do Exército. Segundo Cid, o dinheiro foi entregue a Braga Netto pelo "pessoal do agronegócio".

Segundo a PF, Braga Netto e o pai de Cid tiveram "intensa troca de mensagens" e ligações. Os dois se falaram em 8 de agosto de 2023, três dias antes da operação que fez buscas contra o pai de Cid no caso das joias desviadas da Presidência da República. A partir daquele ponto, segundo a PF, Braga Netto passou a monitorar uma possível delação de Mauro Cid.

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