Agente investigado por 'Abin paralela' é demitido por abandono de cargo

O governo federal exonerou nesta sexta-feira (20) da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) o agente Thiago Gomes Quinalia, suspeito de participar da chamada "Abin paralela".
O que aconteceu
Quinalia foi exonerado por "abandono de cargo". A portaria é assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Ele é investigado pela Polícia Federal por participar de espionagem irregular. O esquema, conhecido como Abin paralela, consistiu em um grupo de investigadores, policiais, servidores e funcionários da Abin que monitoraram autoridades públicas, como ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), para abastecer a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com informações.
Os investigados se dividiam em quatro núcleos, segundo a PF: alta gestão, subordinados, evento portaria 157 e tratamento de logs, que consistia na inclusão dos celulares monitorados em um software espião. Quinalia integraria o grupo "evento portaria 157", responsável por falsamente vincular parlamentares e ministros do Supremo ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
Nomeado para trabalhar em Paris, Quinália fugiu depois de viajar para a França. Em janeiro deste ano, ele foi alvo de busca e apreensão da PF, quando a Abin pediu que ele voltasse ao Brasil, segundo o site Poder360. O agente, no entanto, não se apresentou na data e desde então é considerado foragido. Embora havia meses o governo já estudasse demiti-lo por abandono de cargo, a exoneração só ocorreu nesta sexta-feira.
A polícia tenta identificar quem acessou o software espião First Mile para monitorar as autoridades. Para isso, interrogou alguns funcionários da Abin em setembro.
Os condenados podem responder por quatro crimes: organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático.

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