Câmara de SP aprova projeto que libera derrubada de 10 mil árvores
20/12/2024 13h24Atualizada em 20/12/2024 14h03
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta sexta (20) um PL (Projeto de Lei) que permite a derrubada de 10 mil árvores em São Matheus, na zona leste da cidade.
O que aconteceu
Proposta recebeu o apoio de 38 vereadores. Outros 16 votaram contra a proposta, a maioria deles da oposição. Moradores de zona leste presentes no plenário apoiaram com aplausos quem se opôs ao texto, vaiando quem votou a favor. Só houve uma abstenção: Fernando Holiday (PL).
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Dois vereadores do PT votaram a favor. Adriano Santos e Arselino Tatto apoiaram a base aliada, o que rendeu gritos de "vendido" por parte dos manifestantes presentes.
Na quarta (18), projeto não havia passado por apenas um voto. Na ocasião, 36 vereadores se posicionaram a favor — um a menos do que o necessário para aprovação do texto.
O que o projeto prevê
Texto transforma área de preservação em aterro sanitário. Projeto autoriza ainda a derrubada de 10 mil árvores, 1.000 delas nativas da Mata Atlântica, o que gerou críticas de ambientalistas e moradores. Eles dizem que a proposta não foi devidamente discutida com a sociedade. A falta de audiência pública sobre o tema foi um dos pontos mais criticados.
Texto autoriza outras mudanças, como regras mais flexíveis sobre a emissão de ruídos em shows e eventos, além de permissão para construção de prédios sobre estações de trem, metrô e terminais de ônibus.
Projeto estimula construção em áreas de Operação Urbana Consorciada. Mudança aprovada pelos vereadores autoriza que mais prédios para moradores de baixa renda sejam construídos em locais como Centro e a região da Avenida Faria Lima, na zona oeste.
Sexta movimentada na Câmara
Visitas no plenário. Os vereadores eleitos Sandra Alves e Silvão Leite (ambos do União Brasil) e Fabrício Cobra, atual secretário da Casa Civil e futuro chefe da pasta de subprefeituras estavam na Câmara no fim da manhã. Com base eleitoral na zona sul, Silvão estreará na Câmara em 2025 e pode vir a presidir a casa.
Atual presidente da Câmara e possível futuro ocupante do cargo ficaram lado a lado. Milton Leite e Ricardo Teixeira (ambos do União Brasil) dividiram a mesa que comandava os trabalhos no fim da manhã. Nos bastidores, já há quem trate Teixeira por "presidente", em função de acordo firmado por partido na campanha.
União apoiou reeleição do prefeito em troca de manter presidência da Câmara. O partido elegeu sete nomes — mas apenas Teixeira e Rubinho Nunes não serão estreantes em 2025. Como vereadores entendem que o cargo de presidente exige experiência e Rubinho apoiou Pablo Marçal (PRTB), Teixeira está bem posicionado.