Tales: Regulamentação de redes sociais não deve avançar no Congresso
O projeto que prevê a regulamentação das redes sociais não deve avançar no Congresso Nacional, enquanto a base do centrão tiver a força que tem hoje, opinou o colunista Tales Faria no UOL News, do Canal UOL, nesta terça-feira (7).
O único caminho [para o Brasil] é o Legislativo... o problema é que o Legislativo paralisou o projeto de regulamentação das redes sociais, que estava em tramitação. Era um bom projeto, mas os deputados não querem. Há um lobby muito grande do pessoal das redes sociais, e esse lobby já conquistou boa parte dos deputados. Tales Faria, colunista do UOL
O Projeto de Lei 2630/2020, conhecido como "PL das Fake News", foi apresentado há cerca de quatro anos no Senado, em um esforço para lidar com a avalanche de desinformação online. Ele voltou a ser discutido em janeiro de 2023, depois que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília, supostamente incentivados por desinformações nas redes sociais e que não aceitavam a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em dezembro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em conversa com aliados, citou a regulamentação das redes como um dos temas que poderiam ter ido à votação no plenário em 2024. A tramitação do projeto, no entanto, foi repudiada pela oposição e por big techs.
Ao Canal UOL, Tales afirmou que não vê futuro para o projeto avançar no Congresso, já que o centrão é quem comanda hoje a base governista.
Não há expectativa para que esse projeto avance, a não ser que o governo resolva tomar para si e chamar a base governista. O problema é que 'o rabo está comandando o cachorro'. A base governista é dominada pelo centrão, é ela quem está comandando o governo.
Então, o governo vai conseguir colocar essa questão? Não creio que coloque tão cedo. Está paralisado e deve continuar paralisado, enquanto o centrão tiver essa força que tem hoje no Congresso. Tales Faria, colunista do UOL
Nesta terça-feira, a Meta (empresa controladora do Facebook e Instagram) anunciou que irá acabar com o sistema de checagem de fatos feita por terceiros e substituir por um sistema de notas da comunidade, como já acontece no X, do bilionário Elon Musk, aliado político do presidente eleito Donald Trump.
Após o anúncio, o secretário de Políticas Digitais do governo Lula (PT), João Brant, criticou a decisão da empresa. "Significa um convite para o ativismo da extrema direita reforçar a utilização dessas redes como plataformas de sua ação política", disse Brant, em postagem no LinkedIn. "Facebook e Instagram vão se tornar plataformas que vão dar total peso à liberdade de expressão individual e deixar de proteger outros direitos individuais e coletivos."
A declaração [de Zuckerberg] é explícita, sinaliza que a empresa não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital e soa como antecipação de ações que serão tomadas pelo governo Trump. João Brant, secretário de Políticas Digitais de Lula
José Vicente: 'Caso em Osasco mostra que militarização policial deve ser revista'
No UOL News, José Vicente, coronel da reserva da Polícia Militar de São Paulo, afirmou que o assassinato do secretário-adjunto de Segurança de Osasco (SP), morto a tiros por um guarda municipal dentro da prefeitura, revela a necessidade de se revisar a militarização excessiva das polícias e dos agentes de segurança.
É necessário que a polícia comece a tomar um pouco mais de cuidado, não só com relação ao treinamento de seus profissionais, mas até em suas práticas. Verificamos nos últimos anos que as polícias, de uma maneira geral, vêm atuando de uma forma extremamente militarizada, até pelo próprio traje.
Não é só a polícia; temos guardas municipais atuando com fuzis e fardamento de guerra. Os policias e guardas municipais não percebem que isso assusta a população. O bandido não está preocupado se a polícia faz cara feia ou tem armamentos pesados, mas a população e a maioria da sociedade brasileira sim.
Essa polícia 'fortona', que quer derrubar o crime organizado usando a força bruta em vez da inteligência, não funciona. Fiz um levantamento no qual, entre 2022 e 2024, houve um aumento de 10% nos assassinatos, mas a letalidade policial cresceu 154%. Não é necessária tanta força assim para fazer uma polícia mais inteligente com os mesmos resultados, ou melhores. José Vicente, coronel da reserva da PM-SP.
Sakamoto: 'bolsonarismo reage ao prêmio de Fernanda Torres'
O colunista Leonardo Sakamoto disse que a grande repercussão da conquista de Fernanda Torres, premiada com o Globo de Ouro de melhor atriz de drama por sua atuação no filme 'Ainda Estou Aqui', motivou os bolsonaristas a mobilizar sua bolha para tentar minimizar este impacto.
Esse pessoal está falando com o bolsonarismo raiz para mantê-lo excitado, próximo e conectado. Toda essa agitação popular com a expectativa pela premiação da Fernanda e, depois, pela celebração foi um estouro. Teve gente de direita, de esquerda, de centro... Muita gente veio celebrar. Foi uma final de Copa do Mundo
Isso foi avassalador nas redes sociais e dominou tudo por lá. Atropelou qualquer discurso que estava sendo tocado pela direita, que precisou reagir para salvar o rebanho, colocar uma cerquinha e dizer: 'Não olhem para o outro lado da cerca'. Eles estão blindar o rebanho deles desta ação avassaladora de comunicação espontânea e orgânica que foi o Globo de Ouro para Fernanda. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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