Corrida pela Câmara e Senado tem pastor e astronauta contra favoritos
A Câmara dos Deputados e o Senado vão eleger seus novos presidentes e integrantes da Mesa Diretora neste sábado (1º). As vitórias de Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), respectivamente, já são dadas como certas, mas há candidatos azarões na disputa.
Quem concorre na Câmara
Para presidir a Câmara, dois deputados concorrem com Motta. O pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) concordam em dar mais transparência ao orçamento anual e emendas parlamentares, mas estão em lados opostos quanto à anistia aos presos de 8 de Janeiro. Enquanto o primeiro é contra, o segundo é um dos maiores defensores.
Henrique Vieira, 37, é sociólogo, teólogo, historiador e fundador da Igreja Batista do Caminho. Na adolescência, foi aluno do ex-deputado Marcelo Freixo, então professor de História. Os dois mantiveram relação próxima, o que levou à entrada de Vieira na política em 2012, como vereador por Niterói.
Foi eleito deputado federal em 2022, e é vice-líder do governo e da bancada do PSOL. Vieira também preside da Frente Parlamentar em Defesa da Luta Antimanicomial e é membro de comissões de direitos humanos e segurança pública.
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Marcel van Hattem, 39, é bacharel em relações internacionais e mestre em ciência política. Entrou para a política em 2004, quando foi eleito vereador por Dois Irmãos (RS). Também foi deputado estadual (2015 a 2018) e assumiu como deputado federal em 2019.
É vice-líder da oposição na Câmara. Ao oficializar sua candidatura, se comprometeu com pautas como o impeachment do presidente Lula, a anistia aos envolvidos nos atos do 8 de Janeiro e o combate ao abuso de autoridade, criticando o que considera interferências do STF (Supremo Tribunal Federal) e da Polícia Federal.
Quem são os candidatos no Senado
Quatro candidatos disputam com Alcolumbre. Os senadores Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), Eduardo Girão (Novo-CE), Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS), que formalizou sua candidatura na quinta-feira (30).
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Pontes, 61, foi ministro da Ciência e Tecnologia no governo Bolsonaro. Ele tenta se projetar como o candidato de oposição, apesar de não ter apoio de seu partido, que já disse que votará com Alcolumbre.
Ele lançou sua candidatura em outubro de 2024 e está sendo criticado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Para ele, Pontes não tem chances e atrapalha a articulação política do partido para ocupar cargos em comissões e na Mesa Diretora na futura gestão de Alcolumbre.
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Girão, 52, foi um dos membros da tropa de choque bolsonarista durante a CPI da Pandemia. Ele defendeu a atuação do governo Bolsonaro e questionou a de governadores na gestão de recursos da saúde. O senador promete lutar contra a "velha política" e por um Congresso mais transparente. Tem declarado que sua candidatura reflete o descontentamento de parte do Senado com a centralização de poder nas mãos de alguns líderes e com a falta de independência do Legislativo em relação ao Executivo.
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Marcos do Val, 53, diz que segue candidato "mesmo censurado". Ele também apoia uma ofensiva contra o STF. "Como candidato à presidência desta Casa, minha promessa é clara: combater os abusos do Supremo Tribunal Federal e assegurar que ele volte a cumprir o que está previsto na Constituição, sem ultrapassar os limites que lhe foram designados", afirma em ofício que formaliza a candidatura.
Do Val é suspeito de usar de seu cargo para ajudar a difundir uma campanha de difamação e ataques a delegados da PF que investigam Bolsonaro e seus aliados. A PF aponta que o senador teria se aproveitado de sua imunidade parlamentar até para incentivar uma menor de idade a se envolver na campanha de ataques. Ele nega as acusações. Em dezembro do ano passado, a Primeira Turma do STF rejeitou o recurso contra a decisão que determinou a apreensão do passaporte dele.
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Soraya Thronicke, 51, é a única mulher na disputa. A advogada natural de Dourados (MS) foi eleita em 2018 e foi candidata à Presidência em 2022. Em 2024, foi autora do requerimento que criou a CPI que investiga a manipulação de jogos e apostas esportivas, a CPI das Bets, e se tornou relatora da comissão. Também esteve envolvida com o projeto de lei que regulamenta a produção e venda de cigarros eletrônicos no país.
Quem são os favoritos

Na Câmara, Hugo Motta, 35, tem a preferência. Formado em medicina, assumiu como deputado federal aos 21 anos em 2010 e, se for eleito, será o mais jovem presidente da Casa desde a redemocratização. Sua candidatura tem o apoio do atual presidente Arthur Lira (PP-AL), que a declarou no final de outubro. Motta será candidato por um bloco de partidos com 147 deputados —para ser eleito, precisa em primeiro turno, de 257 votos.

Já no Senado, o favorito é Davi Alcolumbre, 47, que busca comandar a Casa pela segunda vez. É apoiado pelo PT do presidente Lula e o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de União Brasil, PP, PSD e Republicanos. No discurso de candidato, foca na defesa de continuidade da estabilidade institucional e promete manter o Senado como uma ponte entre o Executivo e o Legislativo.
*Com informações de Estadão Conteúdo
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