Raquel Landim: Lula muda tom com Trump após episódio envolvendo Moraes
Do UOL, em São Paulo
11/03/2025 19h04Atualizada em 11/03/2025 21h21
A mudança de tom do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o Donald Trump ocorreu após a investida de conservadores dos Estados Unidos envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou a colunista Raquel Landim no UOL News, do Canal UOL.
O que mudou lá dentro do Palácio do Planalto, e mudou para o Lula também, foi Alexandre de Moraes. Raquel Landim, colunista do UOL
Lula enviou recado Trump e pediu para que o republicano falasse manso com ele, enquanto discursava em um evento realizado na manhã de hoje, em Betim (MG). A declaração se dá em meio às negociações entre Brasil e Estados Unidos sobre tarifas. O governo brasileiro, intermediado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), tem tentado reduzir a imposição sobre o aço.
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Raquel explicou que o episódio contra Moraes obrigou Lula a uma mudança de comportamento e estratégia.
Depois que aconteceu aquele episódio com o ministro Alexandre, com a influência de Bolsonaro e do filho Eduardo Bolsonaro, e que passou lá aquela lei que agora segue para o congresso para cassar o passaporte do Alexandre, a sensação que ficou para o Lula é que se viesse alguma medida contra o Alexandre, ou alguma medida concreta contra um produto brasileiro, eles iam reagir. Raquel Landim, colunista do UOL
Raquel se refere à votação de lei aprovada no início de fevereiro pela comissão do Congresso americano. O projeto foi batizado de "No Censors on our Shores Act" e protocolado em setembro do ano passado. A votação agora segue para o plenário. Se aprovada, a lei poderá suspender o visto do ministro Alexandre de Moraes e de sua família para entrar nos EUA. A articulação política está sendo construída entre bolsonaristas e deputados da base conservadora americana.
Esta foi a segunda tentativa de conservadores (sejam eles dos EUA ou do Brasil) para barrar a entrada de Moraes e da família no país: em janeiro, um grupo deles que foi à posse de Donald Trump disse que pediria ao presidente eleito ou a membros da sua equipe que suspendesse o visto do ministro, em resposta ao fato de o magistrado ter negado a Bolsonaro a possibilidade de viajar para acompanhar a cerimônia. Não se sabe, no entanto, se o pedido chegou a ser feito.
Professor: 'acordo entre Ucrânia e EUA revela fraqueza da Europa'
No UOL News, o professor da FGV Evandro Carvalho afirmou que o possível acordo de cessar-fogo anunciado após reunião entre Ucrânia e os Estados Unidos revela a fraqueza da Europa como intermediadora da guerra entre russos e ucranianos. A Rússia ainda não se manifestou oficialmente sobre o acordo.
Talvez, seja um acordo mais político do que jurídico entre os dois países. Esse acordo entre Estados Unidos e Ucrânia, primeiramente, pode também demonstrar, a fraqueza da Europa, como um ator relevante nesse processo de negociação do cessar-fogo, inclusive visando um acordo de paz. Evandro Carvalho, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas)
A Ucrânia concordou em aceitar uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo imediato de 30 dias do conflito no país. As informações constam em uma declaração conjunta publicada hoje pelos dois países. A reunião da Ucrânia com os Estados Unidos ocorreu na Arábia Saudita.
Os dois lados também concordaram em concluir o mais rápido possível um acordo para o desenvolvimento de recursos minerais essenciais da Ucrânia, segundo o comunicado. Os americanos dizem que, agora, a decisão está com os russos.
Josias: 'Decisão da Anac sobre Voepass vem bem, mas chega tarde'
A decisão da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sobre a suspensão das operações da Voepass vem bem, mas chega tarde, sete meses após acidente com aeronave da empresa em Vinhedo (SP), avaliou o colunista Josias de Souza.
Não parece que a Anac está executando adequadamente o seu papel. Nesse caso específico, a suspensão das operações da Voepass vem bem, mas chega tarde. Josias de Souza, colunista do UOL
No dia 9 de agosto de 2024, um avião da empresa caiu em Vinhedo, cidade localizada no interior de São Paulo, a 75 km da capital paulista, matando 62 pessoas. A fiscalização na empresa, a partir da tragédia, resultou na decisão tomada hoje, sete meses depois.
A Anac concluiu que a companhia aérea demonstrou não atender "às condicionantes estabelecidas para a continuidade da operação dentro dos padrões de segurança exigidos", conforme apurou a colunista do UOL Andreza Matais.
Perito: 'A meu ver, decisão da Anac foi acertada'
Ao UOL News, Daniel Calazans, perito aeronáutico e forense, afirmou que a decisão da agência, em princípio, foi acertada, mas questionou se houve ou não uma suposta demora na suspensão.
Uma suspensão como essa tem critérios objetivos. Então, técnicos vão avaliar os protocolos objetivamente e, se a empresa estiver dentro dos critérios, continua voando. Se estiver fora, em não conformidade, será suspensa. Então, se houve uma avaliação, e nesta avaliação foram encontradas não conformidades, a decisão foi acertada.
[Mas] conversando com vários pilotos hoje pela manhã, alguns colegas me fizeram essa pergunta. Desde quando, as pendências estão latentes? Por que essa suspensão agora? Ou se esses itens avaliados já estavam comprometendo a segurança antes da suspensão? Não posso afirmar, mas eu faria essa pergunta para a Anac. Daniel Calazans, perito aeronáutico
Assista ao trecho no vídeo abaixo:
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