Pouco antes das 15h, Aggarwal retorna ao pronto-socorro. Ele se senta atrás de uma mesa enquanto parentes se amontoam ao seu redor, implorando para que seus doentes sejam admitidos.
"Se um paciente tem febre e sei que ele está doente, mas não está precisando de oxigênio, não posso admiti-lo", diz.
Esse é o critério. Pessoas estão morrendo nas ruas sem oxigênio. Logo, pessoas que não precisam de oxigênio, mesmo estando doentes, não vamos receber.
Rohan Aggarwal, médico na capital da Índia
"Outro critério é ter um idoso e um jovem. Ambos necessitam de alto fluxo de oxigênio e eu disponho de apenas um leito na UTI. Não posso me deixar levar pelas emoções na ocasião, pelo fato de ele ser pai de alguém. É o jovem que precisa ser salvo."
Durante a ronda, ele mal dá atenção para os pacientes que estão sentados e conscientes.
Karuna Vadhera, 74, está em estado crítico. Aggarwal bate no ombro da mulher e coloca seu polegar gentilmente em sua cavidade ocular para testar resistência.
Não há nenhuma. Sua cabeça cai para frente, com os níveis de oxigênio perigosamente baixos.
"Ela pode morrer a qualquer instante", ele diz ao sobrinho dela, Pulkit, implorando para que ele a transfira para um hospital com leito disponível em UTI.
"Temos cinco parentes tentando em diferentes partes de Nova Déli", responde Pulkit, com seu telefone quase que constantemente no ouvido. "Ninguém encontra leito."