Começam hoje as negociações da 26º edição da Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), a COP26. Durante duas semanas, líderes, empresários, ambientalistas, etc., discutirão formas de mitigar os avanços das mudanças climáticas.
Historicamente, o Brasil recebia destaque na COP por sua até então defesa do combate ao desmatamento e emissão de gases de efeito estufa. O cenário mudou, no entanto, ao longo do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), que transformou a pauta climática em mais uma agenda ideológica.
Depois de embates com países europeus envolvendo a pauta ambiental e o aumento dos desmatamentos e queimadas —tanto na Amazônia quanto no Cerrado e no Pantanal— o Brasil chega fragilizado à cúpula e com más notícias. Os dados de 2020 de desmatamento e emissões de carbono são os piores em mais de uma década. Ainda assim, a comitiva brasileira tem a missão de negociar um aumento no financiamento concedido pelos países ricos.
Esta COP é importante pois é a primeira após o Acordo de Paris ter substituído o Protocolo de Kyoto, o que ocorreu em 2020. No documento anterior, apenas países desenvolvidos se comprometiam com as responsabilidades de redução de danos. Agora, todos os que assinaram o Acordo de Paris se comprometem e começa a corrida para cumprir as metas.
"Essa COP é uma das mais importantes, porque não há mais debates sobre quais são as metas e regras. Agora é como a gente vai implementar", explica Ana Toni, consultora do Núcleo de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais).