Há duas semanas, manifestantes guaranis ocupam um terreno vizinho a aldeias indígenas onde uma construtora pretende erguer 11 torres no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida para famílias com renda de até R$ 7.000.
Os guaranis denunciam o corte de centenas de árvores antes da conclusão do licenciamento ambiental da área, localizada no bairro do Jaraguá, zona norte de São Paulo, além da violação de outros requisitos legais.
Mas mais do que o fato jurídico, pesa para o grupo a questão espiritual: a empresa derrubou exemplares centenários de cedros, árvore considerada sagrada para o grupo. Na cosmologia guarani, o espírito do cedro é pai de todos nós.
A construtora Tenda —dona do terreno a poucos metros da Tekoa Ytu e da Tekoa Pyau, duas das seis aldeias que compõem a Terra Indígena Jaraguá— afirma que cumpriu suas obrigações e conseguiu uma liminar de reintegração de posse, expulsando os manifestantes.
Até a última quinta (13), a ação não havia sido executada. Mas isso pode acontecer a qualquer momento.