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Como polícia coleta DNA para identificar envolvidos em mega-assaltos

Da esquerda para a direita: Arnon Afonso, Tiago Faria, Elinelson Ferreira e Ademir Rondon - Arte/UOL
Da esquerda para a direita: Arnon Afonso, Tiago Faria, Elinelson Ferreira e Ademir Rondon Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

26/12/2022 04h00

Os materiais genéticos foram encontrados em objetos e veículos usados nas ações pelos criminosos.

Com o DNA, foi possível identificar a participação dos criminosos. O material é recolhido em locais usados pelos suspeitos e inserido no banco de dados, permitindo identificar até a participação em crimes que ocorreram após a coleta do material"
Cledson Luiz do Nascimento, delegado do Deic de Bauru (SP)

Documentos falsos e traje de policial

Elinelson Alexandre Ferreira, 37, foi preso este mês em Moju, nordeste do Pará, com documentos falsos.

Em abril de 2021, os investigadores encontraram material genético dele em um apartamento, onde também havia roupas táticas da Polícia Civil, spray para pintar veículos usados em mega-assaltos. O DNA foi o mesmo encontrado quatro meses depois, na ação de Araçatuba, diz a polícia.

O criminoso conhecido como "Pinga" estava foragido havia 14 anos e tinha sete mandados de prisão pendentes.

Elinelson Alexandre Ferreira, de 37 anos, é conhecido como o Pinga - Divulgação/Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil
Elinelson Alexandre Ferreira, de 37 anos, é conhecido como o Pinga
Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Documentos da Polícia Civil o apontam como "perigoso e experiente assaltante de bancos em roubos na modalidade 'domínio de cidades.'" Ele começou a ser investigado por suposta participação no mega-assalto de Ourinhos (SP), em 2020.

A reportagem ligou e enviou email para o escritório de advocacia responsável pela defesa dele, mas não obteve resposta.

Vestígios deixados por ex-militar em ação

O material genético encontrado por peritos da PF em um dos carros usados no mega-assalto de Araçatuba levou as autoridades a identificar a participação de Ademir Luís Rondon no crime.

Ex-sargento do Exército, Ademir Luís Rondon foi preso temporariamente em Campinas (SP) por suspeita de envolvimento em um assalto a um carro-forte em São Carlos (SP), em abril deste ano - Reprodução - Reprodução
Ex-sargento do Exército, Ademir Luís Rondon foi preso temporariamente em Campinas (SP) por suspeita de envolvimento em um assalto a um carro-forte em São Carlos (SP), em abril deste ano
Imagem: Reprodução

O ex-sargento do Exército foi preso em 2021 por agentes. Segundo a Polícia Civil, Rondon é apontado como um dos principais especialistas em detonadores de explosivos dos grupos envolvidos nos mega-assaltos.

A reportagem ligou para o escritório do advogado responsável pela defesa dele, mas não conseguiu contato.

"Galã do novo cangaço" e "homem-bomba"

Tiago Tadeu Faria, conhecido como "Gianechini" ou "galã do novo cangaço", foi identificado graças ao material genético encontrado em um veículo blindado apreendido pela polícia. Preso em setembro de 2020, ele postava fotos com carros importados nas suas redes sociais.

Tiago Ciro Tadeu Faria, conhecido como "Gianechini", e Arnon Afonso da Silva Vieira, apontados como chefes do "novo cangaço", tentaram fugir de presídio em SP - Reprodução - Reprodução
Tiago Ciro Tadeu Faria, conhecido como "Gianechini", e Arnon Afonso da Silva Vieira, apontados como chefes do "novo cangaço", tentaram fugir de presídio em SP
Imagem: Reprodução

O material genético encontrado na ação de Ourinhos ajudou na identificação de Arnon Afonso da Silva Vieira, também apontado como uma das lideranças de quadrilhas e conhecido como "homem-bomba". Preso em outubro de 2020, ele é suspeito de ter sido o responsável pela aquisição e distribuição de explosivos nas ações.

A reportagem tentou contato com as defesas dos suspeitos, mas não teve retorno.