A professora Verônica Martins Cannatá acordou e não saiu de casa às 6h para chegar às 7h no colégio em que dá aulas, a costureira Ana Célia da Silva não recebeu nenhuma encomenda, e a ida da estudante Karol Emmanoelle Souza para a Ásia emperrou.
Era 24 de março de 2020 e São Paulo parou —assim como acontecia em outros lugares no mundo. Todos os serviços e atividades não essencias foram interrompidos, em uma tentativa de conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. No dia em que a quarentena foi anunciada (21 de março), o estado mais rico do país somava 396 casos e 16 mortes por covid-19.
Elas achavam que ficariam em casa por duas semanas. Um ano depois, as restrições são piores —São Paulo está na fase emergencial— e o número de mortes no país se aproxima dos 300 mil.
Afinal, foi um ano perdido? Veja o que aconteceu na vida de seis pessoas nesse período.
Quando você restringe a circulação das pessoas, você restringe a circulação do vírus. É natural. Agora, é preciso saber dosar esse isolamento. Quarentenas muito longas tendem a não ser tão respeitadas.
Fernanda Maffei, médica infectologista da Santa Casa de São Paulo