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Suas vacinas estão em dia? Se você tem mais de 13 anos, provavelmente não

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Imagem: Shutterstock

Do UOL, em São Paulo

30/06/2016 14h45

Faz anos que você tomou a vacina? Perdeu a caderneta de vacinação? Não lembra se tomou todas as doses de que precisava? Calma, você pode procurar um posto de saúde para tomar as vacinas que não recebeu ou não lembra se recebeu.

Garantir que a vacinação está em dia é especialmente importante agora no inverno, quando surtos de caxumba, rubéola e sarampo costumam acontecer --em São Paulo, por exemplo, o número de casos de caxumba registrados neste ano já é o maior desde 2008.

E, se você tem mais de 13 anos, há grandes chances de você não estar totalmente imunizado.

Isso porque antes de 2003 o esquema de vacinação era diferente e não previa duas doses da tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola). Sem a dose de reforço, que hoje já está incluída no calendário básico de vacinação de crianças menores de 7 anos, aumenta a chance de você contrair as doenças.

A rede pública oferece algumas vacinas gratuitamente para quem tem entre 20 e 49 anos, por isso Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, recomenda: não espere um surto para se vacinar.

Tire suas dúvidas

  • Mas quais vacinas o adulto pode tomar?

    As orientações valem para ambos os sexos, não-vacinados ou sem comprovação de vacinação: quem tem entre 13 e 20 anos pode tomar gratuitamente no posto de saúde duas doses da tríplice viral (contra rubéola, sarampo e caxumba), hepatite B, difteria, tétano (dupla bacteriana) e febre amarela (para quem viaja para regiões onde a doença é endêmica). Quem tem entre 20 e 49 anos, pode tomar uma dose da tríplice viral e as demais citadas. Quem tem mais de 50 anos pode procurar clínicas privadas, mas provavelmente foi imunizado naturalmente, já que nasceram em época em que as doenças eram muito frequentes.

  • Preciso tomar duas doses da tríplice?

    Só é considerado imunizado contra rubéola, sarampo e caxumba quem tomou duas doses da tríplice viral, mas quem tomou uma dose está parcialmente protegido. A eficácia da vacina é de 80% a 90% para uma dose e de 95% para duas. Como a maioria dos adultos tomou uma dose quando criança, a única dose oferecida nas unidades de saúde é suficiente. Em 2010, as duas doses da tríplice foram disponibilizadas para jovens até 19 anos, então vale checar se você já atualizou a caderneta. Existe ainda um exame que indica se a pessoa está imunizada ou não.

  • E se eu já tomei duas doses e me vacinar novamente?

    Há adultos que já tomaram as doses necessárias, mas não lembram e não têm o registro, ou que contraíram a doença sem saber. Mesmo nesses casos, não há nenhum problema em tomar a vacina. Uma dose a mais não faz mal. São consideradas doses válidas apenas as registradas na caderneta de vacinação.

  • Dá para recuperar o cartão de vacinação?

    O Ministério da Saúde recomenda que quem perdeu a caderneta procure o posto de saúde onde habitualmente recebia as doses para resgatar o histórico de vacinação e fazer uma segunda via. Este é um documento importante, que deve ser guardado junto com os demais documentos pessoais. Se não for possível recuperar o cartão, é necessário ir ao serviço de vacinação mais próximo para refazer a vacinação conforme as recomendações do calendário básico.

  • Por que não há vacina contra catapora para adultos?

    A vacinação contra catapora na rede pública começou em 2013, mas só vale para crianças com até 2 anos. A vacina não é oferecida para todos, porque demandaria um volume muito grande. Além disso, muitos adultos tiveram a doença quando criança e, por isso, devem estar imunizados. Considera-se imunizado quem já teve catapora ou quem tomou duas doses da vacina, com intervalo de três meses entre as doses. A vacina está disponível para adultos nas clínicas particulares.

  • Há contra-indicações?

    A tríplice viral é feita com vírus vivos atenuados, que raramente causam formas graves das doenças. Mas ela é contra-indicada para bebês com menos de seis meses, gestantes, imunocomprometidos (portadores de HIV com baixa imunidade, por exemplo) ou quem usa corticosteroide (medicamentos que tratam inflamações) de forma crônica.

  • Como fica para as gestantes?

    A vacina que protege contra rubéola, sarampo e caxumba não é recomendada para gestantes, e quem toma a vacina deve evitar a gravidez por pelo menos um mês. Essas doenças trazem risco à gravidez. A rubéola, por exemplo, pode infectar o feto. A mulher que não tomou a vacina na infância deve tomar antes de pensar em ter filho ou pode aproveitar a vacinação do seu bebê para atualizar a caderneta.

  • Há vacinação especial em casos de surto?

    Casos de doença como a caxumba não são de notificação obrigatória. Os municípios notificam o Ministério da Saúde apenas quando há mais de um caso em um local específico (como escola ou empresa) --isso é considerado um surto. Em caso de surto, é feita a chamada vacinação de bloqueio, ou seja, os agentes de saúde vacinam as pessoas daquele ambiente.

  • Por que essas doenças não estão erradicadas?

    Uma doença é considerada erradicada quando seu causador deixa de circular numa região --foi o que aconteceu com a varíola e a poliomelite. A circulação do vírus do sarampo, da rubéola e da caxumba foi bem limitada em diversos Estados do país, mas ainda há risco, porque o vírus circula em outras regiões do mundo.