Topo

Estudo liga dores crônicas na coluna a 'defeito' na evolução

A evolução da espinha não ocorreu de forma uniforme em todos os seres humanos - Eduardo Knapp/Folha Imagem
A evolução da espinha não ocorreu de forma uniforme em todos os seres humanos Imagem: Eduardo Knapp/Folha Imagem

27/04/2015 08h53

Um novo estudo afirma que pessoas com problemas na coluna lombar podem tê-los "herdados" dos chimpanzés, o mais próximo ancestral humano. Segundo cientistas, essas pessoas teriam uma coluna em formato mais parecido com a de chimpanzés.

Um 'nó' nos discos da coluna deixa o alinhamento das vértebras mais parecido com o dos animais do que com as vértebras normais de humanos.

Os cientistas acreditam que uma lesão tivesse feito com que a coluna evoluísse de forma diferente em pessoas, conforme o ser humano evoluía para caminhar sobre duas pernas.

Evolução 'imperfeita'

Para os pesquisadores, a descoberta podem ajudar médicos a prever quem corre o risco de problemas lombares.

Publicado na revista científica BMC Evolutionary Biology, o estudo reuniu especialistas de Escócia, Canadá e Islândia.

A equipe de pesquisadores analisou as vértebras de chimpanzés, orangotangos e esqueletos primitivos humanos para investigar o relacionamento entre o formato da coluna vertebral, movimento ereto e a saúde da espinha humana.

Mark Collard, da Universidade de Aberdeen (Escócia), disse que as análises forneceram informações valiosas sobre a saúde e estilo de vida de nossos ancestrais. Os esqueletos também forneceram informações sobre como os humanos evoluíram para caminhar nas "patas traseiras".

"Descobrimos que as vértebras de humanos com problemas de disco são mais parecidas em formato com a dos chimpanzés do que com as vértebras normais de humanos", explica Collard.

Pesquisadores constataram que estes indivíduos têm uma lesão chamada nó de Schmorl - uma pequena hérnia de disco.

Embora não haja uma causa específica para o nó, ele pode estar ligado ao estresse e à carga sobre coluna lombar.

A evolução não é um processo perfeito, então durante milhares de anos os humanos não se adaptaram da mesma maneira.

"Nosso estudo sugere que a vértebra de algumas pessoas pode ser menos adaptada para andar de forma ereta".