Óvulos envelhecem por perda da capacidade de reparo do DNA, aponta estudo
O processo de envelhecimento dos óvulos - que aumenta a dificuldade para engravidar e os riscos de embriões com alterações cromossômicas, como a síndrome de Down - ainda não é bem compreendido. Uma pesquisa divulgada nesta semana, porém, traz uma pista sobre essa questão ao demonstrar que a progressiva perda de qualidade dos óvulos tem a ver com uma falha no mecanismo de reparação da quebra do DNA desses óvulos.
O estudo, publicado na Science Translational Medicine, também conclui que a mutação no gene BRCA1 (o mesmo que aumenta o risco de câncer de mama) afeta o mecanismo de reparação do DNA, tornando as portadoras mais propensas à infertilidade. O fenômeno foi observado em óvulos de camundongos e também em óvulos de mulheres.
Participaram do estudo 84 mulheres de 24 a 41 anos que haviam sido testadas para a presença de mutação no gene BRCA. Todas passavam por procedimentos de fertilização. A medida de um hormônio permitiu estimar quantos óvulos elas tinham sobrando em seus ovários. As que tinham a mutação apresentaram reservas menores em comparação às voluntárias sem mutações no gene BRCA.
O médico Newton Busso, especialista em reprodução da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), diz que, se os resultados forem comprovados, a presença de uma história familiar de menopausa precoce pode passar a justificar a pesquisa pela presença da mutação. Se identificada, a portadora saberá que corre mais risco de envelhecimento acelerado dos óvulos, o que pode nortear estratégias relacionadas à reprodução.
"Se ela pretende ter filhos, mas não tem no horizonte uma gravidez, uma alternativa é o congelamento dos óvulos", diz. Por enquanto, não existe um método que impeça o envelhecimento reprodutivo. A esperança é que descobertas como essa, que levam ao entendimento dos detalhes do processo de degradação dos óvulos, tragam alternativas para revertê-la. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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