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Exames descartam paralisia em adolescentes de Bertioga

Zuleide de Barros

09/09/2014 18h57

Exames neurológicos descartaram o diagnóstico de paralisia nas três adolescentes internadas no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, que desde a última quinta-feira (4), quando tomaram a segunda dose da vacina contra o HPV, em uma escola estadual de Bertioga, na Baixada Santista, vêm se queixando de dores pelo corpo e dificuldades de locomoção. Duas delas, de 12 anos, apresentam quadro estável, mas continuam internadas em observação, enquanto a mais velha, de 13, ainda reclama que não sente as pernas. Por conta desse sintoma, os médicos pediram exame de líquor (líquido da espinha) para investigar melhor o caso. As três permaneciam internadas até ontem, sem previsão de alta.

A provável reação à vacina chamou a atenção de especialistas, que estão acompanhando de perto o caso das três meninas, das onze que se sentiram mal após a aplicação. Todas foram encaminhadas ao Pronto-Socorro de Bertioga e, após avaliação, oito foram dispensadas. As três que apresentavam maiores queixas foram levadas para o Hospital Santo Amaro, em Guarujá, no final de semana e, posteriormente, encaminhadas para o Guilherme Álvaro, em Santos, onde permanecem até agora.


A diretora de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde, Helena Sato, já esteve em Santos para acompanhar a evolução das adolescentes e fazer o monitoramento do quadro clinico. Ela informou que não houve qualquer problema com o lote de vacinas utilizado em Bertioga ou falhas com eventual armazenamento inadequado e nem erro na refrigeração e que, por isso, o caso continuará sendo investigado. Helena Sato disse ainda que a aplicação da segunda dose da vacina contra o HPV vai continuar em todo o Estado de São Paulo, seguindo cronograma estabelecido pela Secretaria de Saúde, para proteger as meninas entre 11 e 13 anos, contra o câncer de colo de útero.

Hipótese

Para o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, o quadro das adolescentes pode ser avaliado como uma síndrome de estresse pós-injeção, que pode ocorrer com outras vacinas e que o dano neurológico regride espontaneamente. Ele destaca que um eventual problema de má conservação da vacina poderia acarretar uma baixa eficácia da imunização e não resultaria nas queixas manifestadas pelas meninas.